Estaleiro na Bahia inova em construção pré-fabricada

Obra que venceu o Prêmio Talento Engenharia Estrutural 2014 optou por um processo totalmente industrializado para superar restrições ambientais

Obra que venceu o Prêmio Talento Engenharia Estrutural 2014 optou por um processo totalmente industrializado para superar restrições ambientais

Por: Altair Santos

Empreendimento orçado em R$ 2,6 bilhões, o estaleiro Enseada do Paraguaçu, que está em construção no município de Maragogipe-BA, no Recôncavo Baiano, foi contemplado recentemente com o Prêmio Talento Engenharia Estrutural 2014, na categoria construção industrializada. A obra inova em termos de estruturas pré-fabricadas de concreto – desde o porte das peças até a qualidade dos encaixes. A edificação é composta por cinco galpões geminados, em que se destaca uma estrutura formada por vigas e pilares de grandes dimensões. Com mais de 41 metros de vão, as treliças da cobertura estão apoiadas em pilares que chegam a mais de 35 metros de altura.

Estaleiro em Maragogipe, no litoral da Bahia: 11 mil m³ de concreto em peças moldadas a 110 quilômetros de distância

A envergadura das peças, que, em alguns casos, chegam a pesar 44 toneladas, se deve ao fato de que os galpões de 70 mil m² terão de suportar 23 pontes rolantes capazes de movimentar, individualmente, o peso de até 120 toneladas. O estaleiro Enseada do Paraguaçu será usado para a produção de navios e plataformas de exploração de petróleo. A cargo do consórcio Enseada Indústria Naval S.A., a obra engloba quatro empreiteiras: Odebrecht, OAS, UTC e Kawasaki Heavy Industries. Já a empresa contratada para a fabricação dos elementos de concreto foi a T&A Pré-fabricados, que instalou uma unidade a 110 quilômetros do canteiro de obras exclusivamente para construir as peças pré-fabricadas.

Toda a estrutura consumiu mais de 11 mil m³ de concreto na confecção dos elementos. Por questões ambientais, o canteiro de obras do estaleiro precisou ser o mais enxuto possível. Uma das exigências era que não gerasse resíduos de construção. Por isso, criou-se uma espécie de linha de montagem no local da obra. As peças pré-fabricadas chegavam, eram armazenadas e uma equipe técnica formada por 170 pessoas montava as estruturas. Previsto para ser inaugurado no primeiro semestre de 2015, o estaleiro Enseada do Paraguaçu empregou o uso de gruas e guindastes para içar até 220 toneladas. “É um canteiro de obras extremamente mecanizado e limpo”, diz o engenheiro civil George Magalhães Maranhão, responsável pelo projeto.

Encaixes milimétricos

Construção do estaleiro vai substituir mão de obra por gruas e guindastes no canteiro de obras

Para Caroline Azevedo, gerente de sustentabilidade do estaleiro Enseada do Paraguaçu, o empreendimento mostra que é possível a convivência entre construção civil e áreas de preservação ambiental, sem que uma prejudique a outra. “A prova é que obtivemos todas as licenças ambientais exigidas. Além do licenciamento clássico ambiental, fomos licenciados também pelo patrimônio histórico, por meio do Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional], pela Fundação Palmares, pela característica de estarmos dentro de uma comunidade quilombola; pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, por estarmos vizinhos a uma área de proteção federal; e pelo Estado, por estarmos dentro da APA [Área de Preservação Ambiental] Baía de Todos-os-Santos”, afirma Caroline.

Outro desafio da obra foi especificar como seria a ligação dos elementos. O objetivo era que eles saíssem da indústria de pré-fabricados já com os encaixes prontos, para que no canteiro de obras ocorresse apenas o içamento e a montagem. “Na fábrica, foi adotado um processo de verificação milimétrica, por meio de gabaritos, que aprovava ou não a saída de peças para a obra. Os pilares, por exemplo, foram fabricados em três partes para facilitar o transporte. Por isso, o encaixe não poderia falhar”, explica George Magalhães Maranhão. Além de servir à indústria naval do petróleo, o estaleiro Enseada do Paraguaçu fornecerá equipamentos para a indústria militar.

Clique aqui e entenda mais sobre como foi construído o estaleiro Enseada do Paraguaçu.

George Magalhães Maranhão: vencedor do Prêmio Talento Engenharia Estrutural 2014


Entrevistado
Engenheiro civil George Magalhães Maranhão
, diretor-presidente da George Maranhão Engenharia e Consultoria Estrutural
Contato: projetos@georgemaranhao.com.br

Crédito Foto: Divulgação/George Magalhães Maranhão

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo