Custo logístico onera indústria da construção

Setor gasta 21,33% do que arrecada para deslocar produtos e matérias-primas. É o que aponta pesquisa sobre competitividade da Fundação Dom Cabral

Setor gasta 21,33% do que arrecada para deslocar produtos e matérias-primas. É o que aponta pesquisa sobre competitividade da Fundação Dom Cabral

Por: Altair Santos

O custo da logística sobre a indústria da construção civil equivale a 21,33%, ou seja, de tudo o que o segmento arrecada, esse percentual é o que é gasto para que sejam transportados produtos e matérias-primas. Trata-se do segundo setor do país que mais desembolsa recursos para conseguir levar insumos até as fábricas e distribuir seus bens nos pontos de venda. Perde apenas para a indústria de papel e celulose, cujo custo logístico consome 28,33% de seu faturamento.

Professor Paulo Resende: transporte encarece preço final dos produtos em 48,6% dos casos

Esse e outros dados estão na pesquisa Custos Logísticos no Brasil 2014, realizada pela Fundação Dom Cabral, e que coletou informações de 111 empresas brasileiras, cujo faturamento equivale a 17% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Para 48,6% destas companhias, o transporte tem peso relevante na formação do preço final de seus produtos, muitas vezes encarecendo o valor cobrado do consumidor.

As empresas consultadas também informaram que rodovias (85,6%), máquinas e equipamentos (68,5%) e energia elétrica (66,7%) são os bens dos quais mais dependem para conseguir viabilizar seus negócios. “Dada a importância do modal rodoviário, o desafio que se impõe diz respeito à qualidade das rodovias, o que, segundo a pesquisa, estamos longe de alcançar”, destaca Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral e responsável pelo estudo.

Para 69,1% das empresas consultadas, as rodovias brasileiras são muito ruins ou ruins. Nos modais ferroviários e portuários, a situação é ainda pior. No caso das ferrovias, 95,5% as consideram muito ruins ou ruins. Já para 80,8% das companhias consultadas, o sistema portuário brasileiro também é qualificado como muito ruim ou ruim. Para atenuar esse custo, 70% das indústrias ouvidas na pesquisa têm procurado terceirizar a frota e os serviços logísticos.

Preferência pelo pedágio
Ainda de acordo com a pesquisa, a participação da iniciativa privada é vista como crucial para o desenvolvimento dos projetos de infraestrutura no Brasil, com destaque para a concessão rodoviária (77,3% consideram a participação privada bastante ou extremamente necessária), concessão ferroviária (83,7%), administração portuária (82,7%) e gestão de aeroportos (85,2%). Para o empresariado, o maior gargalo para o cumprimento das obras de infraestrutura no Brasil é a corrupção, com 75,5%, seguida da burocracia (60%). “As empresas avaliaram, ainda, que a corrupção, os impostos e a infraestrutura inadequada compõem o tripé responsável por minar a competitividade do ambiente logístico brasileiro”, diz Paulo Resende.

Diante deste cenário, as empresas consultadas declaram claramente que preferem as rodovias pedagiadas e administradas pela iniciativa privada. As alegações, segundo elas, são os seguintes: redução do custo do transporte (50% avaliam ser esse o principal motivo), maior consistência na entrega das mercadorias (41,8%), maior velocidade na entrega das mercadorias (39,1%), redução nos custos de armazenagem (35,5%), adoção do modal rodoviário com maior frequência (29,1%) e redução no custo de estoque (29,1%).

Confira aqui todos os dados coletados na pesquisa.

Entrevistado
Engenheiro civil Paulo Resende, titular da cadeira de gestão de operações e logística da Fundação Dom Cabral, e doutor em planejamento de transportes e logística, pela University of Illinois at Urbana Champaign (EUA)
Contatos
pauloresende@fdc.org.br
atendimento@fdc.org.br

Crédito Foto: Divulgação/Fundação Dom Cabral

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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