Construção civil também precisa de uma “Embrapa”

Presidente da CBIC cobra investimento federal em desenvolvimento tecnológico do setor, como já ocorre há quatro décadas com a agropecuária

Presidente da CBIC cobra investimento federal em desenvolvimento tecnológico do setor, como já ocorre há quatro décadas com a agropecuária

Por: Altair Santos

Para o novo presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) José Carlos Martins, a construção civil brasileira precisa de um programa para desenvolver tecnologias e tornar-se mais competitiva. Ele cita como exemplo o salto dado pela agricultura e pela pecuária, quando o governo federal criou a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em 1973. “Por que ficamos para trás no aspecto tecnológico? Existem dois pontos básicos para esta resposta: dinheiro barato e continuidade de programas. Ninguém vai investir para amanhã desmobilizar sua equipe ou devolver a máquina que comprou. Por isso, a construção civil precisa de um grande programa nacional para a construção civil, nos moldes do que foi feito em cima da agricultura. A construção precisa de um organismo similar à Embrapa. O governo federal precisa entender que é importante investir no nosso setor”, destacou.

José Carlos Martins: em defesa de mais investimento tecnológico e recursos para pequenos construtores.

Vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Embrapa foi criada para desenvolver um modelo nacional para o setor. A partir dela, a agropecuária brasileira tornou-se uma das mais eficientes e sustentáveis do planeta. Incorporou uma larga área de terras degradadas dos cerrados aos sistemas produtivos e fez da região Centro-Oeste a responsável por quase 50% da produção de grãos do país. A Embrapa também possibilitou quadruplicar a oferta de carne bovina e suína e ampliou em 22 vezes a oferta de frango. Essas são algumas das conquistas que tiraram o país da condição de importador de alimentos básicos para a condição de um dos maiores produtores e exportadores mundiais.

José Carlos Martins, que a partir de 1º de julho de 2014 substitui Paulo Safady Simão na presidência da CBIC, usou a Embrapa como exemplo em recente palestra no Encontro Nacional para Inovação na Construção Civil (ENINC), que aconteceu em Curitiba. Ele também comentou, em tom crítico, o fato de o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não criar linhas de crédito para pequenos construtores. “As linhas de crédito do BNDES começam a partir de R$ 10 milhões. Mas há pequenas construtoras que não conseguem captar esse dinheiro. Precisaria de linhas de crédito mais baratas. Mesmo assim, a construção civil cresceu muito em dez anos. Saltamos de um milhão para 3,5 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Saímos de um PIB do setor de R$ 2,3 bilhões para R$ 120 bilhões. Mas queremos continuar crescendo mais, e isso exige um reposicionamento e uma visibilidade maior”, destaca.

Estímulo à inovação
Com mandato até 2017, José Carlos Martins assegurou que irá estimular a inovação na construção civil nacional. “Nós da CBIC, do Sinaenco, da Abramat e da Anamaco, que representamos boa parcela do setor, temos que nos perguntar constantemente: o que queremos como construção civil?”, questiona. Para mostrar a filosofia que irá seguir, Martins assegurou estímulo a projetos que já funcionam na CBIC, com o Programa de Inovação Tecnológica (PIT), coordenado por Raquel Naves Blumenschein. O PIT procura atender ao Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) e às exigências e critérios de certificações ambientais e de construção sustentável, em conformidade com determinações do ministério do Meio Ambiente. Uma de suas metas é proporcionar obras com menor consumo de água, de energia e de geração de resíduos sólidos.

Entrevistado
Engenheiro civil José Carlos Martins, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção)
Contato
coordenacao@cbic.org.br

Crédito Foto: Divulgação/Fiep

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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