Brasil despenca no ranking de competitividade do IMD

País despenca em lista de 60 nações, por investir pouco ou desperdiçar recursos em projetos ruins para transporte, saneamento e habitação

País despenca em lista de 60 nações, por investir pouco ou desperdiçar recursos em projetos ruins para transporte, saneamento e habitação

Por: Altair Santos

Pelo quarto ano consecutivo, o Brasil perde espaço no cenário competitivo internacional. Segundo o mais recente ranking divulgado pelo International Institute for Management Development (IMD) o país caiu três posições em relação a 2013 no Índice de Competitividade Mundial 2014 (World Competitiveness Yearbook – WCY). Agora, ocupa o 54º lugar em uma lista composta por 60 países. Em 2010, estava em 38º; em 2012, em 46º, e em 2013, em 51º. O levantamento sustenta-se em quatro pilares: economia doméstica, eficiência do governo, eficiência empresarial e infraestrutura.

Túneis do Cuncas: obra de 15 quilômetros faz parte da transposição do rio São Francisco, cuja conclusão já está atrasada em cinco anos

Para elaborar o ranking, o IMD combina indicadores de infraestrutura básica (estradas, portos, aeroportos, energia), tecnológica (telefonia, internet), científica (pesquisa e desenvolvimento), além de educação básica e superior, saúde e meio ambiente. Os resultados de 2014 se caracterizam por indicadores críticos principalmente em infraestrutura básica, tecnológica e na educação. “O maior problema é que o investimento feito hoje não está gerando resultado. Precisa de maior eficiência”, analisa Hérica Righi, professora do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral – responsável pela análise e coleta dos dados do Brasil para o ranking de competitividade.

O relatório reitera o que é sabido sobre a qualidade da infraestrutura básica brasileira. Com o país ocupando o último lugar dos indicadores de opinião sobre a qualidade da infraestrutura rodoviária e logística, o documento demonstra a preocupação da comunidade empresarial com a oferta futura de energia (54ª posição) e com a gestão das cidades brasileiras como plataformas locais para o desenvolvimento da competitividade e das atividades empresariais (58ª posição no item Qualidade de Gestão das Cidades). Nestes quesitos, o Brasil se compara a Eslovênia, Bulgária, Grécia, Argentina, Croácia e Venezuela – os últimos no Índice de Competitividade Mundial 2014.

Dilma admite falhas

Hérica Righi: há investimento em infraestrutura, mas com poucos resultados

Um exemplo da ineficiência do país na gestão de sua infraestrutura está na obra de transposição do rio São Francisco. Os entraves já atrasaram o final da construção em cinco anos. Atualmente, encontra-se com 57,8% de execução e a necessidade de reengenharia financeira fez o seu custo passar de R$ 5,1 bilhões para R$ 8,2 bilhões. Além disso, os atrasos fizeram o semiárido nordestino assistir à maior seca dos últimos 40 anos, entre 2013 e 2014. A ponto de a própria presidente Dilma Rousseff admitir que houve equívocos no planejamento. “É uma obra complexa e que precisa do tempo correto de maturação. Seu exemplo será usado na melhoria da execução de todos os outros projetos do governo federal”, diz.

Para Hérica Righi, mais do que admitir erros o Brasil deveria seguir bons exemplos. “Somos um país continental que tem muitas particularidades. Um dos caminhos que poderia nos inspirar é o que a Coreia do Sul seguiu nas décadas de 1970 e 1980, e que a China também adotou nos anos 2000, ou seja, o investimento em tecnologia e parcerias entre ciência e tecnologia. Nossa taxa de inovação é muito baixa. Sem isso, não teremos como ser competitivos e, consequentemente, nossos produtos terão menor demanda internacional. O problema é que são medidas de longo prazo, que precisam de tempo para causar a reestruturação do país”, alerta.

Confira os 10 melhores e os 10 piores do ranking

10 economias mais competitivas – World Competitiveness Yearbook 2014
 

10 economias menos competitivas – World Competitiveness Yearbook 2014


Entrevistada
Hérica Righi, economista pela UFMG e professora do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral e responsável pela análise e coleta dos dados do Ranking de Competitividade
Contatos
herica@fdc.org.br
www.fdc.org.br

Crédito Foto: Cadu Gomes/ Fotos Públicas/FDC

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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