Indústria nacional de cimento: vocação para crescer

Até 2019, capacidade instalada do setor terá potencial de produzir mais de 110 milhões de toneladas e atender, com folga, as demandas do país

Até 2019, capacidade instalada do setor terá potencial de produzir mais de 110 milhões de toneladas e atender, com folga, as demandas do país

Por: Altair Santos

Se o Brasil voltar a ter o crescimento de seu Produto Interno Bruto (PIB) na casa de 5% ao ano, a indústria de cimento está preparada para atender a demanda. O recado foi dado pelos presidentes da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) Renato Giusti, e do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) José Otávio de Carvalho. “Temos fortes demandas na habitação e na infraestrutura. A missão da indústria do cimento é atender essas demandas quantitativa e qualitativamente”, frisou o dirigente da ABCP.

Renato Giusti, da ABCP, e José Otávio Carvalho, do Snic: Brasil é o 4º maior produtor de cimento e precisa sustentar posição

Já o presidente do SNIC enfatizou que o setor segue investindo no país, para produzir muito mais do que as 70 milhões de toneladas alcançadas em 2013. “Nossa capacidade instalada de 63 milhões de toneladas por ano, em 2006, foi acrescida em mais de 20 milhões de toneladas em sete anos. Além disso, outros 30 milhões de toneladas são anunciadas e encontram-se em andamento para os próximos cinco anos. Por isso, está garantido o abastecimento regular do mercado. Temos 87 unidades produtivas, pertencentes a 17 grupos econômicos. O capital nacional é predominante, pois mais de 2/3 da produção pertence a empresas brasileiras”, disse.

As declarações de Giusti e José Otávio de Carvalho foram dadas na solenidade de abertura do 6º Congresso Brasileiro de Cimento. O evento ocorreu em São Paulo-SP, de 19 a 21 de maio de 2014, e nele foi reforçada a vocação para crescer da indústria brasileira de cimento. “Com a crise mundial afetando a economia dos países desenvolvidos, e havendo no mesmo período uma forte expansão da construção civil voltada à habitação, o Brasil atingiu a quarta posição na produção de cimento em 2013. Esse congresso, portanto, reflete a posição que assumimos no mundo a partir de 2006, que é a de continuar crescendo, apesar da conjuntura atual não ser favorável. Estamos enfrentando crescimento em torno de 3%, sem perspectiva de que isso seja alavancado no curto e médio prazo”, afirmou o presidente do SNIC.

José Otávio de Carvalho ressaltou, porém, que o Brasil segue em posição vantajosa se for feita uma analogia com outros países. “Nos Estados Unidos, a produção de cimento caiu de 120 milhões de toneladas por ano para 70 milhões de toneladas. Já a Espanha despencou de 55 milhões de toneladas por ano para 11 milhões de toneladas por ano, em 2013″, comparou.

Renato Giusti, presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) lembrou ainda que atualmente a produção de cimento no país está sustentada sobre três pilares: responsabilidade ambiental, qualidade e respeito à normalização. “Neste contexto, a indústria brasileira conseguiu se posicionar como a mais ecoeficiente do mundo. Fruto de suas baixas emissões e de sua eficiência energética. Essa ecoeficiência também é resultado de um parque industrial moderno e da adoção de tecnologias que preservam o meio ambiente”, destacou.

Pioneira na ABNT
A indústria de cimento no Brasil é pioneira na adoção de normas técnicas. Foi uma das fundadoras da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que nasceu em 1940 exatamente em um congresso para debater a qualidade do cimento e do concreto. “Hoje, o setor de cimento possui o maior índice de qualidade dentro do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) do ministério das Cidades, atingindo 99%”, lembrou Ricardo Fragoso, diretor-geral da ABNT. Para José Otávio de Carvalho, há ainda outros componentes que foram acrescentados à indústria da construção civil no país, e que contribuíram para seu crescimento e, consequentemente, no aprimoramento da indústria de cimento. “Nos últimos dez anos houve o avanço da legislação, que estimulou investidores, o aumento da massa salarial, o aumento do crédito e a redução de juros. Aumentou a demanda por obras e a nossa indústria está sempre em busca de inovações para atender esse mercado”, finalizou.

Entrevistados
– Renato Giusti, presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)
José Otávio de Carvalho, presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC)
– Ricardo Rodrigues Fragoso, diretor-geral da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
Contatos
renato.giusti@abcp.org.br
snic@snic.org.br
abnt@abnt.org.br

Crédito Foto: Divulgação/Cia. Cimento Itambé

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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