Concreto urbano ganha mais um adversário: a pichação

Produtos como vernizes e ceras têm sido largamente utilizados em obras públicas, para que elas fiquem protegidas das ações dos vândalos.

Produtos como vernizes e ceras têm sido largamente utilizados em obras públicas, para que elas fiquem protegidas das ações dos vândalos

Por: Altair Santos

Há pelo menos uma década, as grandes metrópoles brasileiras convivem com o mal da pichação. Para combater o ataque às fachadas das edificações, o poder público se vale de campanhas educativas e da aplicação da lei federal, a qual determina que é proibida a venda de sprays para menores de idade. O comerciante que infringi-la recebe multa de R$ 1.785,50 na primeira advertência e R$ 3.571,00 na reincidência. Numa terceira autuação, além da multa, o alvará do estabelecimento é cassado. Além disso, a legislação de crimes contra o meio ambiente impõe ao infrator, caso ele seja adulto, multa administrativa de R$ 710,20 e abertura de processo criminal.

Ariovaldo José Torelli, presidente do IBI: tinta da pichação penetra porosidade do concreto e material dificilmente é recuperado.

Leis à parte, a tecnologia tem se mostrado mais eficiente no combate às pichações, principalmente quando os ataques são feitos ao concreto aparente. Vernizes e ceras importadas impedem que a tinta penetre nos poros do material e permitem livrar as obras da ação de vândalos. “O concreto rígido é poroso e absorve a tinta da pichação, que o marca profundamente. Para recuperá-lo é difícil. Tem que lixar com profundidade e desbastar o concreto aparente para remover completamente a pichação. A recuperação nunca fica cem por cento, se não houver proteção”, afirma Ariovaldo José Torelli, presidente do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI).

O especialista explica que a maioria dos protetores antipichação vendidos no Brasil ou são vernizes ou ceras. “Normalmente são vernizes de poliuretano, que resistem à lavagem da pichação com solvente. Mas tem outra tecnologia chegando no Brasil, que são as ceras. Elas protegem o concreto e permitem que a pichação seja lavada com água quente. Só que depois é preciso que a cera seja novamente aplicada. A vantagem é que a cera é ecológica, pois ela dispensa o solvente, que é usado para remover as pichações em cima do verniz“, diz José Torelli.

Em 2010, nem o Cristo Redentor, durante as reformas, foi poupado dos pichadores.

O presidente do Instituto Brasileiro de Impermeabilização afirma que na cidade de São Paulo todas as grandes obras hoje estão protegidas por vernizes. “Estações de metrô, pontes estaiadas e obras em praças públicas estão todas impermeabilizadas. Nos estádios que irão sediar jogos da Copa a mesma tecnologia tem sido empregada”, revela, lembrando que os produtos são todos importados, pois o Brasil ainda não detém tecnologia para fabricar vernizes e ceras antipichação. “Agora, é importante ressaltar que esses produtos podem ser usados também para proteger o concreto de agentes climáticos e da poluição”, complementa.
Outras alternativas

Contra pichações também há cerâmicas e folhas e alumínio especiais para serem aplicadas em fachadas de edifícios e lojas, que garantem serem imunes ao vandalismo. No Brasil, existe a cerâmica Quasar, fabricada pela Ceusa, que recebe uma camada de esmalte para reduzir a porosidade da cerâmica, impedindo, assim, a fixação das tintas na superfície. Para remover a pichação, basta passar um pano com álcool ou lavar com água e sabão. O Wallcap – revestimento de alumínio da Alcan Alumínio do Brasil – é outro produto que fica limpo da pichação aplicando um pano embebido em álcool. O produto é vendido em chapas para fachadas ou paredes internas.

Entrevistado
Ariovaldo José Torelli, presidente do Instituto Brasileiro de Impermeabilização
Currículo
Ariovaldo José Torelli é graduado em engenharia civil. Ocupa o cargo de diretor-executivo da Viapol – empresa voltada ao desenvolvimento de soluções para a construção civil vinculadas à impermeabilização
Contato: torelli@viapol.com.br
Créditos fotos: Divulgação / Prefeitura do Rio de Janeiro

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330


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