Coppe se dedica à ciência dos materiais cimentícios
Instituto voltado à pesquisa e à engenharia está completando 50 anos e é referência na formação de mestres e doutores na América Latina.
Instituto voltado à pesquisa e à engenharia está completando 50 anos e é referência na formação de mestres e doutores na América Latina
Por: Altair Santos
A Coppe – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia – foi fundada em 1963 e hoje é referência entre os centros de ensino e pesquisa em engenharia da América Latina. Na mais recente avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação, divulgada em setembro de 2010, a Coppe foi a instituição de pós-graduação de engenharia brasileira que obteve o maior número de conceito 7, atribuído a cursos com desempenho equivalente aos dos mais importantes centros de ensino e pesquisa do mundo.
Atualmente, com 121 laboratórios reconhecidos internacionalmente, a Coppe, neste meio século, já formou mais de 13 mil mestres e doutores – boa parte voltados à pesquisa de materiais para obras de infraestrutura, como cimento, concreto e agregados para construção de rodovias, barragens, usinas nucleares e poços petrolíferos. “Nossa ênfase é na infraestrutura”, destaca o professor Romildo Toledo, gerente do Laboratório de Estruturas (Labest) da Coppe, revelando que atualmente as pesquisas se voltam para o desenvolvimento de nanoestruturas e de aditivos químicos superplastificantes, que vão permitir criar materiais cimentícios com resistência à compressão de até 160 MPa (Megapascal) para uso nas camadas do pré-sal.
Os laboratórios da Coppe submetem materiais a situações extremas, para obter altas performances mecânicas e de durabilidade. Com as pesquisas envolvendo nanotubo de carbono, o gerente do Labest avalia que a médio prazo possam ser obtidos novos tipos de concreto de alto desempenho, concreto autoadensável e cimentos especiais, que resistam a condições extremas e possam receber aditivos minerais de baixo impacto pozolânico. “Os ensaios apontam isso”, revela Romildo Toledo, que gerencia um parque laboratorial de 5.000 m², capaz de ensaiar materiais, sistemas construtivos e estruturas. Toda essa infraestrutura encontra-se no campus da Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ).
Reunindo 12 programas de pós-graduação, a Coppe está no centro do pensamento e da produção científica e tecnológica em diferentes segmentos da engenharia. Atualmente, o corpo de pesquisadores envolvem cerca de 2.700 alunos e 350 professores doutores em regime de dedicação exclusiva. Números bem diferentes da primeira turma de mestrado em Engenharia Química, de 1963, que contava com apenas quatro professores permanentes (um deles, o próprio professor Alberto Luiz Coimbra, fundador da Coppe) sete convidados e oito alunos.
Além de desenvolver estudos com materiais cimentícios, a instituição vem realizando trabalhos fundamentais nas áreas de energia elétrica, óleo e gás, meio ambiente, clima, novos materiais, engenharia da saúde, robótica, transporte e mobilidade urbana e saneamento. Também desenvolve produtos inovadores como o ônibus híbrido elétrico movido a hidrogênio e a usina que transforma a energia das ondas do mar em eletricidade e o trem de levitação magnética, em construção na Cidade Universitária da UFRJ.
Entrevistado
Romildo Toledo, gerente do Laboratório de Estruturas (Labest) da Coppe
Currículo
– Romildo Dias Toledo é graduado em engenharia civil pela Universidade Federal da Paraíba (1983), com mestrado em engenharia civil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1986) e doutorado em engenharia civil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1997)
– É professor de engenharia civil da Coppe/UFRJ e gerente do Laboratório de Estruturas (Labest) da Coppe
– Tem experiência na área de engenharia civil, com ênfase em concreto, atuando principalmente nos seguintes temas: concreto, materiais compósitos, materiais de baixo impacto ambiental, resíduos sólidos (urbanos, construção e demolição, agrícolas e industriais) durabilidade, concretos refratários, pastas para cimentação e barragens de concreto
Contato: toledo@coc.ufrj.br
Créditos fotos: Divulgação/Coppe/UFRJ
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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