Ano da reforma deve movimentar quase R$ 75 bilhões

Pesquisa revela que perto de 17 milhões de residências serão submetidas a algum tipo de melhoria ao longo de 2013, incrementando o PIB da construção civil.

Pesquisa revela que perto de 17 milhões de residências serão submetidas a algum tipo de melhoria ao longo de 2013, incrementando o PIB da construção civil

Por: Altair Santos

Até o final de 2013, 16,8 milhões de residências passarão por algum tipo de reforma no Brasil. Estima-se que serão gastos, em média, R$ 4.445,00 por unidade. Se confirmados os dados da pesquisa realizada em dezembro de 2012 pelo Instituto Data Popular, significa que haverá a injeção de R$ 74,6 bilhões na economia. A expectativa é que a demanda reprimida pela reforma também faça crescer o percentual deste segmento no PIB da construção civil. Hoje, ele representa 35%. “Esse mercado tem grande potencial de expansão, pois o aumento e a melhor distribuição de renda, acompanhada da maior disponibilidade de crédito, fizeram com que milhões de famílias passassem a ter acesso a novos produtos e serviços”, analisa Carina Saito, gerente de autoconstrução da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e responsável pelo Clube da Reforma, que encomendou a pesquisa.

Reforma residencial: só 5% contratam empresas especializadas.

Boa parte das residências que passarão por reforma está vinculada às famílias das classes D e E, aponta o Instituto Data Popular. É a fatia de zero a três salários mínimos que deveria ser contemplada pelo programa Minha Casa, Minha Vida, mas pelo qual apenas 1,2% foi atendida até agora. Por isso, a opção por melhorar e ampliar as construções já existentes. “A reforma é uma boa opção para diminuir o déficit qualitativo de residências, pois atinge mais pessoas e é mais barato do que as demais alternativas de habitação”, analisa Carina Saito. Outro fator determinante que passou a impulsionar as reformas foi a aprovação, em outubro de 2012, das novas regras para financiamento de material de construção com recursos do FGTS. Elas abriram linhas de crédito aos trabalhadores, que permitem a eles levantar até R$ 20 mil para viabilizar a melhoria de suas residências.

Em relação a 2012, o aumento de casas que passarão por reformas em 2013 será de 28,58%, aponta a pesquisa. Destas, segundo as 3.969 pessoas entrevistadas pelo Instituto Data Popular, 35% pretendem corrigir problemas em suas residências, como infiltrações, troca do telhado ou até mesmo reforços estruturais. Já 21% planejam ampliar a casa. O mesmo número (21%) quer melhorar a estética da moradia, através de pinturas e reformas na fachada. Já 17% quer aperfeiçoar o espaço interno, seja quebrando uma parede para ampliar um cômodo, instalando uma janela para melhorar a ventilação ou trocando pisos e azulejos. Outros 6% planejam reformas externas, como calçadas, muros, churrasqueiras ou garagens. “A pesquisa identificou que a reforma tem um aspecto emocional, relacionado à intimidade, à sociabilidade e ao reconhecimento”, completa Carina Saito.

Outro dado importante apontado pelo levantamento está relacionado à mão de obra que irá viabilizar a reforma. Dos entrevistados, 79% preferem contratar profissionais conhecidos e com boa referência no círculo social. Outros 12% afirmaram que eles mesmos viabilizam a reforma e 4% disseram que aderem ao sistema de mutirão. Só 5% contratam empresas de construção especializadas em reforma. Além disso, neste tipo de obra, aponta a pesquisa, apenas 10% das pessoas delegam aos profissionais contratados a compra de materiais de acabamento. No entanto, em relação aos materiais básicos (cimento, ferragens, tubos e conexões) quase 35% deixa a escolha das marcas a cargo dos profissionais da construção civil ou dos vendedores. “A parte estrutural da reforma é a que mais demanda qualidade e confiabilidade, pois dela depende a durabilidade da obra”, complementa Saito.

Entrevistado
Carina Saito, gerente de autoconstrução da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e responsável pelo Clube da Reforma
Currículo
– Carina Saito é graduada em arquitetura pela Universidade Estadual de Campinas
– Ocupa o cargo de gerente de autoconstrução da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e de coordenadora do Clube da Reforma
Contato: www.clubedareforma.com.br / asimprensa@abcp.org.br
Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330


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