Varejo de vizinhança cresce e indústria se adapta

Mudanças no perfil do consumidor valorizam pequenos estabelecimentos. Venda de material de construção está diretamente ligada a esse mercado.

Mudanças no perfil do consumidor valorizam pequenos estabelecimentos. Venda de material de construção está diretamente ligada a esse mercado

Por: Altair Santos

A pesquisa “Mercado de Vizinhança – Um desafio para a indústria”, coordenada pela GfK Brasil, revela que de 2010 para cá os pequenos estabelecimentos registram anualmente crescimento médio de 5% nas vendas, contra 2% das grandes redes. Fazem parte deste grupo, as lojas de material de construção. Segundo a consultoria, que é especializada em estudos mercadológicos, o fortalecimento da classe C e o aumento de renda da classe D têm sido decisivos para essa mudança no perfil do consumidor em relação ao varejo.

Marco Aurélio Lima, da GfK: comércio de vizinhança é amigo do cliente.

A GfK avalia que esse público se identifica com o comércio de vizinhança, às vezes mais por questões de afetividade que de mercado. Trata-se do dono do mercadinho, ou da loja de material de construção, cuja família reside no bairro e mantém uma relação social e de proximidade com os clientes em potencial. Desta forma, a gestão do dia a dia que ele faz de seu mercado consumidor é muito mais precisa do que das grandes redes. “Normalmente, esse empreendedor não cresce exponencialmente, mas consegue manter um controle firme dos clientes de seu estabelecimento”, avalia Marco Aurélio Lima, diretor da divisão de auditoria de varejo da GfK.

Outro fator favorável ao varejo de vizinhança no setor de material de construção está relacionado com a busca do cliente pela economia de tempo. “Hoje, o consumidor prefere comprar perto de sua casa ou do trabalho, para não gastar tempo em longos deslocamentos”, completa Marco Aurélio Lima. Há ainda o aspecto de que a melhoria do poder aquisitivo das famílias impulsionou as pequenas reformas residenciais. “Se eu quero construir uma casa, até procuro um grande home center. Mas se quero erguer uma peça a mais na casa, ou pintar um cômodo, o varejo de vizinhança é mais conveniente”, analisa o especialista.

Por conta desse fortalecimento dos pequenos estabelecimentos, a indústria procura se readaptar ao novo modelo. “Vejo a indústria num momento de conhecimento deste canal. No que se refere a bens de consumo de massa, são poucas as que conhecem com propriedade esse mercado. Por isso, há desafios a serem vencidos. O primeiro deles é a logística, principalmente para atender o varejo de vizinhança no interior do país. Além disso, o investimento em relacionamento é fundamental. O pequeno varejo não gosta de ser abandonado ao longo do tempo, o que requer uma estrutura de venda bem planejada. Outra prioridade é investir em pesquisa para entender melhor esse mercado”, diz o diretor da GfK.

O especialista prevê ainda que esse novo modelo irá mexer também com o conceito de grandes redes. “As que quiserem sobreviver nesta guerra terão que praticar preços muito competitivos e oferecer um serviço diferenciado, seja na entrega, na especialidade do vendedor, no atendimento por telefone ou na venda online. Mas avalio que a tendência é ocorrer uma revisão neste formato de hiperlojas, com a criação de pontos menores e geograficamente melhor localizados”, conclui.

Entrevistado
Marco Aurélio Lima, diretor da divisão de auditoria de varejo da GfK.
Currículo

– Marco Aurélio Lima é graduado em administração pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e possui cursos complementares, entre eles gestão de marketing no varejo (FGV PEC) e negociação e relacionamento comercial (Business School SP).
– Atua há 18 anos em empresas de pesquisa de mercado. Desde 1999 trabalha na GfK Indicator, onde ocupa atualmente o cargo de diretor da divisão de auditoria de varejo.
– No tema de responsabilidade social, é consultor familiar pelo Instituto Europeu de Estudos da Educação e diretor-executivo do Instituto Brasileiro da Família (associado à International Federation for Family Development – órgão consultivo da ONU).
Contato: contato@gfk.com
Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330


Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo