Capital privado é importante para a infraestrutura

Especialista defende que, para tirar obras do imobilismo, governo precisa ser mais regulador e fiscalizador e menos investidor.

Especialista defende que, para tirar obras do imobilismo, governo precisa ser mais regulador e fiscalizador e menos investidor

Por: Altair Santos

Para a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib) não há mais como o Brasil  recuar na questão do investimento em grandes obras. Em seu último boletim de análise de 2011, a entidade avaliou que o setor tem condições de ser a plataforma para a expansão do crescimento em 2012. No entanto, a Abdib ressalta que o poder público precisa potencializar a participação do capital privado na infraestrutura brasileira.

Adriano Pires: "O ditado, infraestrutura é dever do Estado, já não está valendo mais nos dias atuais”.

A linha de pensamento coincide com a de Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). “É preciso atrair mais recursos privados, mas para isso é necessário dar mais segurança regulatória e jurídica para os investidores. Infraestrutura requer investimentos de longo prazo e o Brasil não pode deixar passar essa oportunidade. Principalmente  quando estamos diante de eventos internacionais como Copa do Mundo e Olimpíadas”, diz.

Em 2011, o investimento total em infraestrutura somou  R$ 184 bilhões, entre recursos públicos e privados. Até 2016, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) projeta injetar mais R$  922 bilhões no setor. O problema, detecta Adriano Pires, é que quase metade deste valor (R$ 424 bilhões) irá para o segmento de petróleo e de gás, quando saneamento básico, estradas, portos e aeroportos também precisam receber igual volume de recursos. “O BNDES não é suficiente para resolver o problema. O governo precisa ter mecanismos para atrair investimentos que não sejam públicos”, avalia.

Segundo o diretor do CBIE a iniciativa privada está muito interessada em investir em obras de infraestrutura no país, mas o governo precisa sinalizar. “Infraestrutura no Brasil dá retorno suficiente para que o setor privado faça os investimentos. O que deveria acontecer é que o Estado deveria estar mais preocupado em ser regulador e fiscalizador e menos preocupado em ser investidor. Na medida que isso ocorrer, o setor privado vai ter segurança jurídica e econômica para investir”, analisa.

Hoje, continua Adriano Pires, o problema do Brasil não é falta de dinheiro. “Todo mundo quer colocar dinheiro no país. Apesar da crise internacional, ainda há uma grande liquidez lá fora. Os capitais europeus e americanos estão procurando mercado para colocar dinheiro. Este dinheiro só não está vindo em maior quantidade para o Brasil em função do risco regulatório.  O governo tem de entender que aquele ditado que prevaleceu nos anos 1950, de que infraestrutura é dever do Estado, já não está valendo mais nos dias atuais”, completa.

Construção civil

O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura cita que a cadeia produtiva da construção civil deveria ajudar a influenciar o governo a rever sua política para tirar do imobilismo as obras de infraestrutura. “A construção civil vem crescendo muito em função do programa Minha Casa, Minha Vida. Se a infraestrutura avançar no mesmo ritmo do setor habitacional, o crescimento pode ser mais sustentável”, prevê, relacionando os setores mais carentes de investimento: “As estradas, os aeroportos e os portos brasileiros estão entre os piores do mundo. Tem que começar por aí”.

Entrevistado
Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

Currículo
– Adriano Pires é graduado em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 1980. Tem mestrado em planejamento energético pela COPPE/UFRJ (1983) e doutorado em economia industrial pela Universidade Paris XIII (1987).
– É sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), uma empresa de consultoria nas áreas de petróleo, gás natural, energia elétrica e fontes alternativas de energia. – Atua há mais de 30 anos na área de energia. Sua última experiência no governo foi na Agência Nacional de Petróleo (ANP) como assessor do diretor-geral.
– Na UFRJ, exerceu a função de professor, pesquisador e consultor junto a empresas e entidades internacionais. Desenvolveu atividades de pesquisa e ensino nas áreas de economia da regulação; economia da infraestrutura; aspectos legais e institucionais da concessão dos serviços públicos e tarifas públicas.  
Contato: adriano@cbie.com.br

Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330


Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo