Conjugação de esforços tenta viabilizar obras no Afonso Pena
Principal terminal aéreo do Paraná ainda discute construção da terceira pista e até a Copa do Mundo de 2014 fluxo anual de passageiros passará de 5,7 milhões para 8,3 milhões.
Principal terminal aéreo do Paraná ainda discute construção da terceira pista e até a Copa do Mundo de 2014 fluxo anual de passageiros passará de 5,7 milhões para 8,3 milhões
Por: Altair Santos
Em 2010, o aeroporto Afonso Pena, localizado em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, recebeu um fluxo anual de 5,7 milhões de passageiros. Daqui a três anos, por conta do evento Copa do Mundo, as projeções indicam que o principal terminal aéreo do Paraná terá um movimento de 8,3 milhões de pessoas. Por isso, reformas são necessárias. Segundo o superintendente do aeroporto, Antonio Pallu, tem havido uma conjugação de esforços para viabilizar as obras. “Já temos assinado um acordo de cooperação técnica entre o governo do Paraná, o município de São José dos Pinhais e a Infraero. Estamos na fase de realização de estudos, planos, projetos e empreendimentos que visam o desenvolvimento do aeroporto”, diz.
O documento assinado entre o poder público e a Infraero prevê a construção de uma terceira pista e a ampliação do terminal de passageiros. Para isso, será necessária a desapropriação de propriedades no entorno do aeroporto. Atualmente, está em estudo o tamanho da área a ser desapropriada e o custo das indenizações. Feito isso, o governo do Paraná poderá decretar a utilidade pública dos terrenos e dar início a um plano de impacto ambiental para as obras.
Estima-se que o espaço englobe 900 mil m², ocupados hoje por 300 imóveis e aproximadamente mil pessoas. De acordo com planos preliminares, a nova pista terá 3,4 mil metros de extensão e capacidade 65% maior que a atual. A definição sobre que tipo de pavimento ela terá, se asfalto ou concreto, ainda não foi definido.
Como o cronograma é apertado, outras obras que não dependem da burocracia já estão em andamento. Entre elas, a ampliação do estacionamento, que sairá de 670 para 2.200 vagas. Em agosto de 2011, começa a substituição das luzes do eixo da pista do aeroporto, que guiam pousos e decolagens. Atualmente, o Terminal de Logística de Cargas (Teca) também está em reforma. De acordo com Antonio Pallu, o desafio da administração do aeroporto é manter a operacionalidade do Afonso Pena enquanto ele estiver sendo ampliado. “Por isso, estamos em intenso diálogo com a ANAC (Agência Nacional e Aviação Civil), empresas aéreas, órgãos públicos e concessionários para minimizarmos inconvenientes. Medidas para informar os passageiros serão tomadas. O principal é que, ao término do prazo, as melhorias trarão benefícios para os passageiros”, resumiu.
Outros aeroportos
Para dar suporte ao Afonso Pena durante a Copa do Mundo, o aeroporto do Bacacheri, localizado a 7 quilômetros do centro de Curitiba, também será reformado e ampliado. Segundo o superintendente do terminal, José Osmam Oliveira Silva, voos regionais e executivos que operam atualmente no Afonso Pena serão desviados para o Bacacheri. Para isso, entre as obras previstas estão a ampliação do terminal de passageiros, cuja área passará de 156 para 350 metros quadrados, além do aumento de vagas no estacionamento, que sairá de 50 para 150 vagas. Haverá ainda reformas nos aeroportos de Foz do Iguaçu e Londrina. Nestes terminais, as obras, de acordo com a Infraero, são as seguintes: ampliação nas áreas interna e externa, climatização, implantação de novas guaritas e revitalização da aparelhagem de pouso e decolagem. O Paraná tem atualmente 40 aeroportos, dos quais 36 administrados por prefeituras. Destes, apenas quatro operam com voos regulares: os de Curitiba, Foz, Londrina e Maringá.
Recente estudo coordenado pelo professor Elton Fernandes, do Programa de Engenharia de Produção da Coppe-UFRJ, concluiu que a maior parte dos terminais aéreos do Brasil já está com sua capacidade esgotada e que as obras de ampliação previstas pela Infraero não mudarão esse quadro. As exceções são os aeroportos do Rio de Janeiro (Galeão), Brasília, Fortaleza e Manaus.
Baseando-se em padrões internacionais, que pedem um mínimo de 23 metros quadrados por passageiro doméstico no horário de pico e mais 14 metros quadrados por passageiros internacionais, o estudo concluiu que, após as obras, ainda haverá uma carência total de 366 mil m² para atender a demanda de 2014. Isso independe da movimentação adicional causada pela Copa do Mundo, que poderá chegar a 3 milhões de passageiros no total. “O problema não está nesse número, e sim no fato de que, antes do evento, os aeroportos já estarão operando no limite”, diz Elton Fernandes.
A demanda total de passageiros calculada pela Coppe é maior que a prevista pela Infraero no planejamento das obras de expansão. O professor Elton Fernandes prevê que, nos 16 aeroportos diretamente envolvidos com a Copa do Mundo, o número anual de passageiros salte dos 127,72 milhões registrados em 2010 para 187,48 milhões em 2014. Esse acréscimo de quase 60 milhões – mais do que o dobro do movimento total atual dos aeroportos da Argentina, por exemplo – é bem superior ao número levado em conta no planejamento das obras de expansão dos terminais.
Entrevistado
Antonio Pallu, superintendente do aeroporto Afonso Pena
Currículo
Administrador formado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), já foi superintendente do aeroporto de Bacacheri (em Curitiba) e gerente de administração e finanças do Afonso Pena. Iniciou na Infraero em 1996, como profissional de serviços aeroportuários, onde atuava no pátio de aeronaves. Prestou serviços nas áreas de operações e segurança e manutenção. Foi um dos responsáveis pela implantação do sistema de gestão da qualidade no aeroporto.
Contato: afonsopena@infraero.gov.br / asscom@coppe.ufrj.br
Créditos Fotos: Luiz Felipe Alves de Abreu/Infraero
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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