Arco Metropolitano muda infraestrutura do Rio de Janeiro
Obra é uma das maiores do PAC e tem previsão de consumo de mais de 90 mil m³ de concreto, apesar do pouco investimento em pavimento rígido.
Obra é uma das maiores do PAC e tem previsão de consumo de mais de 90 mil m³ de concreto, apesar do pouco investimento em pavimento rígido
Por: Altair Santos
Com a conclusão prevista para dezembro de 2012, o Arco Metropolitano do Rio de Janeiro é uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Projetado para interligar as rodovias que cortam o Estado (BR-040, BR-101, BR-116, BR-493 e BR-465) o empreendimento tem extensão de 70,9 quilômetros e abrange oito municípios – Itaboraí, Magé, Guapimirim, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri, Seropédica e Itaguaí. “Ele começa no entroncamento com a BR-040 e termina no entroncamento com a BR-101 Sul. É a obra estratégica mais importante do Estado do Rio de Janeiro das últimas décadas”, revela o subsecretário de Urbanismo da Secretaria de Obras do governo do RJ, Vicente Loureiro.
Com custo estimado de R$ 965 milhões, o Arco Metropolitano do Rio irá consumir pelo menos 91 mil m³ de concreto, entre trechos em pavimento rígido e obras de arte, que incluem 54 viadutos, 18 pontes e 82 passagens inferiores – entre elas 10 zoopassagens na Floresta Nacional Mario Xavier. Por causa do volume, as construtoras envolvidas na obra optaram por produzir vigas pré-fabricadas de concreto protendido em seus canteiros centrais, em vez de concretagem in loco. Para isso, estão em uso bombas-lança de concreto de 40m³/h de capacidade, utilizadas para fabricar blocos, pilares, travessas, tabuleiros de viadutos e pontes, passagens inferiores, passagens de gado e fauna e galerias celulares bueiros.
Segundo o gerente regional da ABCP-RJ (Associação Brasileira de Cimento Portland), Eduardo D´Avila, o volume de concreto utilizado no Arco Metropolitano poderia ser maior se o governo do Rio de Janeiro, em cima da hora, não tivesse optado pelo pavimento semirrígido invertido na maioria dos trechos. “O Arco realmente tinha um bom trecho previsto para ser feito em pavimento rígido e depois ele deixou de ser em concreto. Explicar o porquê desta mudança no projeto eu não sei, já que o pavimento rígido era a alternativa mais adequada para o tráfego pesado. A ABCP prestou assessoria técnica no projeto e mostrou a viabilidade do pavimento de concreto, e ele era competitivo a custo inicial”, diz Eduardo D´Avila.
O consórcio responsável por construir o Arco Metropolitano do Rio de Janeiro engloba oito construtoras: Odebrecht, Andrade Gutierrez, Carioca, Queiroz Galvão, OAS, Camargo Corrêa, Delta e Oriente. Atualmente, 27% das obras já foram concluídas. Divididas em quatro lotes, elas envolvem terraplanagem, drenagem, obras de arte corrente e obras de arte especiais. “Será uma rodovia de grande impacto na economia fluminense. Além de desafogar o tráfego da Região Metropolitana, em especial da Avenida Brasil e da Ponte Rio-Niterói, também vai facilitar o transporte de cargas de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo ao Porto de Itaguaí”, explica o subsecretário Vicente Loureiro.
Impacto econômico
A estimativa é que a obra reduza em até 20% os custos de transportes de mercadorias entre o Porto de Itaguaí e sete estados brasileiros, incluindo os da região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). O impacto na economia brasileira será de R$ 1,8 bilhão, sendo 64,1% desse valor concentrados no setor de construção civil. Em longo prazo, a influência direta no Produto Interno Bruto (PIB) da região será de R$ 2 bilhões. Os dados fazem parte do estudo Avaliação dos Impactos Logísticos e Socioeconômicos da Implantação do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, encomendado pelo Sistema Firjan e pelo Sebrae-RJ ao Centro de Estudos em Logística da Coppead/UFRJ e à Tendências Consultoria.
Ainda, de acordo com o estudo encomendado pelo Sistema Firjan e pelo Sebrae-RJ, a previsão é de que se instalem no entorno da via empreendimentos industriais e de logística capazes de criar 800 mil empregos nos próximos 15 anos.
Entrevistados
– Eduardo D´Avila, gerente regional da ABCP-RJ/ES (Associação Brasileira de Cimento Portland)
– Vicente Loureiro, subsecretário de Urbanismo da Secretaria de Obras do governo do RJ
Currículos
Eduardo Henrique D´Avila
– Engenheiro Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
– Pós-graduado em Construção Civil pela UFRGS
– Pós-graduado em Estruturas de Concreto pela Universidade Luterano do Brasil
– Gerente Regional da ABCP RJ/ES (Associação Brasileira de Cimento Portland)
– Coordenador Nacional do Programa de Desenvolvimento Empresarial de Fabricantes de Blocos de Concreto (PDE)
Vicente Paulo Loureiro
– Arquiteto e membro da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (SEAERJ)
– Ex-presidente do Instituto de Pesquisas e Planejamento Urbano (IPPU) de Volta redonda
Contatos
Eduardo Henrique D´Avila: eduardo.davila@abcp.org.br
Vicente Paulo Loureiro: vicente.suburbrm@obras.rj.gov.br
Créditos Fotos: Divulgação/ObrasRJ/ABCP-RJ/ES/ALERJ
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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