Norma requalifica profissionais da área de concreto
Revisão da parte 1 da NBR 15146 altera procedimentos que envolvem a produção e o uso de concreto estrutural nas obras.
Revisão da parte 1 da NBR 15146 altera procedimentos que envolvem a produção e o uso de concreto estrutural nas obras
Por: Altair Santos
As obras em concreto estrutural realizadas no Brasil são referência internacional. Conta o livro Concreto – História, Recordes e Realizações, de autoria do professor-doutor Augusto Carlos de Vasconcelos, que as construções e as normas que regem a engenharia e a arquitetura brasileiras servem de modelo, inclusive, para o American Concrete Institute. Uma das virtudes é que o país está constantemente aprimorando suas normas, como o que fez recentemente com a norma ABNT NBR 15146-1:2011 – Controle tecnológico de concreto — Qualificação de pessoal – Parte 1: Requisitos gerais.
Previsto para entrar em vigor em 13 de abril de 2011, o reexame da NBR 15146 foi uma solicitação da comunidade técnica, abrangendo construtoras, projetistas, produtores de insumos para o concreto estrutural e empresas de controle tecnológico. A coordenação dos trabalhos coube ao professor da Universidade Mackenzie Simão Priszkulnik, que teve como relator o engenheiro Bruno Alves de Carvalho – secretariado pela engenheira Roseni Cezimbra. “O objetivo é estimular a melhoria continuada dos profissionais envolvidos na produção e no controle da qualidade das obras em concreto”, explica Priszkulnik.
A instalação da comissão revisora da norma ocorreu no início de 2010, levando em conta textos-base elaborados pelo Núcleo de Certificação Profissional do Instituto Brasileiro do Concreto e do Setor de Qualificação de Mão de Obra da Petrobrás e das diretrizes do INMETRO. Além das reuniões mensais, o assunto foi discutido em eventos do IBRACON e pela comunidade técnica, através dos comentários emitidos na fase de consulta nacional pela ABNT. Num primeiro momento, foi aprovado o projeto relativo aos requisitos gerais para o controle tecnológico do concreto, chamado de “parte 1”.
Finalizada a primeira etapa da revisão, que abrange o concreto estrutural, começam os reexames das partes que vão de 2 a 5 da NBR 15146, e que englobam pavimentos, pré-moldados, concreto compactado com rolo e concreto massa. “A parte 2, referente aos pavimentos, já está sendo estudada pela comissão. Depois, deverá ser criada uma parte específica para o concreto pré-fabricado, e assim por diante”, diz o professor Simão Priszkulnik.
O coordenador dos trabalhos que reexaminaram a NBR 15146-1 avalia que a revisão ajudará também a reduzir o impacto ambiental gerado pela indústria do concreto. “Na medida em que ela concorre para a excelência das obras, evitando retrabalhos, desperdício de materiais e menores custos de manutenção, há contribuição importante à preservação do meio ambiente” completa Priszkulnik, para quem a norma também reduzirá os atrasos nos cronogramas das obras. “Com profissionais cada vez melhor preparados, todos os inconvenientes de uma obra tendem a diminuir”, afirma.
Veja como fica a qualificação dos profissionais com a revisão da NBR 15146-1:
Auxiliar
Profissional apto a realizar coleta, redução de amostras de campo (no âmbito das atribuições indicadas no Anexo A da norma) e ensaios básicos de um ou mais grupos de atividades, sem avaliação e emissão de relatórios.
Laboratorista I
Profissional apto a realizar ensaios de um ou mais grupos de atividades conforme Anexo A e efetuar cálculos sem avaliação e emissão de relatórios. Tem sua atuação principal em campo (obra).
Laboratorista II
Profissional apto a realizar ensaios de um ou mais grupos de atividades conforme Anexo A e efetuar cálculos sem avaliação e emissão de relatórios. Tem sua atuação principal em laboratório.
Tecnologista
Profissional apto a realizar ensaios, definir procedimentos executivos de inspeção e amostragem, discernir sobre os limites de aceitação de um ou mais grupos de atividades conforme Anexo A e efetuar cálculos com avaliação e emissão de relatórios.
Inspetor
Profissional apto a realizar todas as inspeções abrangidas na preparação do concreto, a saber: recebimento e armazenamento dos materiais componentes, dosagem, mistura, transporte, lançamento, adensamento, acabamento superficial, proteção, cura, verificação de formas, cimbramentos, armaduras e embutidos. Apto também a analisar e avaliar os resultados dos ensaios discriminados no Anexo A, nos limites de aceitação estabelecidos pelas respectivas normas técnicas.
Obs: os níveis I e II para Tecnologista e para Inspetor foram retirados, pois na prática não se observa esta variação entre os profissionais. Ela só é necessária para os laboratoristas, para os quais cabe diferenciar o profissional de campo e o de laboratório.
Os requisitos de escolaridade e de experiência profissional passaram a ser os seguintes:
* Os candidatos devem apresentar comprovação de conclusão das disciplinas “Resistência dos Materiais” e “Materiais de Construção”.
Entrevistado:
Simão Priszkulnik, engenheiro e professor da Universidade Mackenzie
Currículo
Simão Priszkulnik possui graduação em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (1963) e mestrado em Engenharia de Materiais pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (1977). Atualmente é da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Infra-Estrutura de Transportes.
Contato: prisz@mackenzie.br
Crédito Foto: Arquivo pessoal
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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