O desafio de saber empreender
O Massa Cinzenta analisa o perfil do profissional brasileiro e explica por que o Brasil tem o segundo povo mais empreendedor do G20 financeiro.
O povo brasileiro é o segundo mais empreendedor – entre os 13 países que fazem parte do G20 financeiro –, atrás apenas da China
Por: Vanessa Bordin
Para se manter no mercado é preciso saber empreender. Dados do Sistema SEBRAE mostram que o planejamento estratégico, que busca adquirir conhecimento antes de abrir um negócio, traz resultados positivos para o sucesso de uma empresa. E foi esse planejamento, com visão estratégica, que auxiliou um dos maiores exemplos de empreendedorismo no Brasil, o empresário Joel Malucelli que possui, hoje, nada menos do que 45 empresas. Para ele, saber empreender exige “estar sempre muito bem informado e atento à realidade de mercado para aproveitar as oportunidades”, ressalta.
Conceito de empreendedor
Segundo Baltazar Melo, consultor em marketing e professor de cursos MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os empreendedores são aquelas pessoas que fazem com que as coisas aconteçam. “São profissionais que conseguem fazer a diferença para si mesmos e para o mundo ao seu redor”, afirma. Melo diz que empreender depende, fundamentalmente, de querer. “É preciso ter visão de futuro, ser capaz de avaliar tendências, acreditar e, finalmente, agir, fazer acontecer”, explica.
Outro ponto que deve ser levado em conta pelo empreendedor, de acordo com Melo, é a competitividade. “O conceito de competitividade está muito atrelado ao conceito de sustentabilidade. Investir em um empreendimento que seja competitivo, mas que não tenha sustentabilidade, com certeza levará ao fracasso”, ressalta. Para ele, o verdadeiro empreendedor consegue ter essa percepção e, ao planejar o seu negócio, procura avaliar o mercado de forma que possa ser ao mesmo tempo competitivo e sustentável.
Na visão do empresário Joel Malucelli a receita de sucesso vem ao encontro das palavras de Melo. “Para ser um empreendedor é necessário correr atrás das ideias, não se acomodar e construir uma imagem de seriedade e credibilidade”, revela.
DNA Empreendedor
Hoje, o brasileiro é o segundo povo mais empreendedor do mundo, ficando atrás somente da China. Foram avaliados os 13 países que fazem parte do G20 financeiro (que reúne as nações mais ricas e principais emergentes) e o Brasil encontrou destaque por contar com cerca de 18,8 milhões de empreendedores, ou seja, 15,3% da população do país. A pesquisa foi realizada em 2009, pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), e lançada em abril deste ano.
O consultor do SEBRAE/PR, Paulo Tadeu Graciano, confirma outros dados da pesquisa: o brasileiro tende a enxergar na crise uma oportunidade e isso é resultado de um amadurecimento profissional. Segundo Graciano, de cada 100 empresas, 95 são micro ou pequenas e são delas que surgem os grandes empreendedores, aqueles com mais visão estratégica.
Já nas corporações brasileiras, o empreendedorismo está começando a ser mais estimulado e isso tem acontecido de forma prática e eficiente. Paulo Tadeu Graciano explica que o empreendedor corporativo é aquele com capacidade de criar e, como consequência, promove transformações. “Empresas vencedoras são feitas de funcionários empreendedores”, destaca.
Segundo Baltazar Melo o primeiro estímulo para que uma equipe se torne empreendedora, dentro de uma empresa, faz parte de num processo chamado delegação. “Gestões centralizadas não praticam a delegação plena e, se isso não ocorre, as pessoas se sentem presas, travadas, inibidas. Por outro lado, quando a gestão é exercida por um autêntico líder o processo tende a ser mais natural. O líder mostra o caminho, delega, estimula a equipe a tomar decisões e acompanha a equipe para nunca perder o foco nos resultados”, destaca Baltazar.
Surgimento
O empreendedorismo passou a ser mais estudado e valorizado no Brasil a partir dos anos 90, após a abertura econômica e as mudanças no quadro socioeducacional, que fez muitas empresas se modernizarem. Mas já existe “desde que o mundo é mundo”, defende Graciano. O termo era quase que desconhecido no Brasil antes desse período. A ousadia de profissionais, que deixaram suas empresas para abrir o próprio negócio e o surgimento de treinamentos – oferecidos por entidades como SEBRAE, SESI, SENAI – que trabalham as competências do empreendedor, fizeram com que o empreendedorismo ganhasse força no país.
Trajetória de um empreendedor
No Brasil, temos um paranaense, entre os milhões de exemplos de empreendedores, que aos nove anos de idade já sabia o que queria para sua vida. Joel Malucelli é empresário, economista, pós-graduado em administração e dono de 45 empresas em diferentes ramos. Entre eles estão o da construção civil, previdência e seguradoras, banco, equipamentos, hotelaria, entre outros. O destaque são os projetos sociais na área esportiva e o setor de energia. Este último com investimentos que passam dos R$ 2 bilhões, na construção de uma usina hidrelétrica no país.
Em 40 anos de trabalho mostrou que saber empreender também pode ser algo nato. Para ele, uma das principais características do bom empreendedor é ter visão estratégica. “Desde criança eu pensava em ganhar dinheiro e fiz disso um estímulo para conquistar minhas empresas”, revela.
O investimento em diversas áreas empresariais se deu, em primeiro lugar, por sinergia aos negócios anteriores. “Comecei com um trator e depois já estava fundando a primeira construtora”, revela Joel Malucelli.
Ao longo de sua história profissional, o empresário conta que busca oportunidades onde os nichos de mercado não são tão concorridos. “Dentro de cada nicho, faço o melhor”, expõe.
Estilo de Gestão
O estilo de gestão de Joel Malucelli é o de delegar e confiar nas pessoas. Aos 64 anos, participa mensalmente de 48 reuniões do grupo. Hoje, se prepara para deixar boa parte das responsabilidades das empresas nas mãos de um dos filhos. “É uma forma de me afastar, mas não totalmente. Farei parte do conselho das 45 empresas que temos, no entanto, será meu filho que irá ocupar o meu lugar. O estilo dele é diferente do meu, mas valorizo as diferenças e o diálogo que temos”, afirma.
Segundo Malucelli, saber delegar é, também, saber se prevenir de crises ou superá-las. “O primeiro passo é organizar o negócio. Em seguida, eliminar dívidas. A terceira e não menos importante dica é aproveitar as oportunidades e creio que foi isso que fiz ao longo de minha trajetória como empreendedor”, afirma.
Entrevistados:
Baltazar Melo
– Pós-graduado em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
-Professor da FGV em cursos de pós-graduação “MBA”.
-Formação em Coaching pelo Integrated Coaching Institute (ICI).
-Médico formado pela UFMG com formação em Tanatologia, especialidade que cuida das perdas.
– Atua na área comportamental desde 1975.
-Consultor em Marketing, Vendas e Atendimento a Clientes.
-Autor do livro “mQr – Melhoria da Qualidade das Relações”
– co-autor dos livros: Paixão pela Venda, CiberDOM, DOM e Cibernética (Editora Luz).
Email: baltazar@bmfca.com.br
Joel Malucelli
– Empresário paranaense
– Fundador do Grupo J. Malucelli no ano de 1966.
– Presidente do Grupo J. Malucelli
– Formado em Economia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), pós-graduação em Administração de Empresas FGV.
Email: presidência@jmalucelli.com.br
Paulo Tadeu Graciano
– Economista pela UFPR
– Especializado em Gestão Internacional pela PUC-PR e Empreendedorismo pela Universidade Positivo.
– Consultor Sênior do Sebrae.
Email: pgraciano@pr.sebrae.com.br
Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content
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