4 desafios atuais da profissão de arquiteto (a)
No Dia do Arquiteto (a), veja como os profissionais lidam com as transformações do mercado
No dia 15 de dezembro, comemora-se o Dia do Arquiteto (a). Como uma profissão ligada à construção, ela enfrenta vários desafios que vão desde o momento em que entram no mercado de trabalho até a frequente atualização para novas tecnologias. Confira quais são as principais questões atuais relacionadas à arquitetura.
Desafios de tecnologia x recursos humanos
BIM, metaverso, business intelligence, drones… Hoje são muitas as ferramentas usadas para otimizar o trabalho dos arquitetos (as). Como lidar com estas transformações do mercado e entender estas plataformas?
“Na verdade, a tecnologia veio para somar, nos dando mais ferramentas para desenvolver nossos trabalhos com mais agilidade. É importante que um bom profissional de arquitetura esteja atualizado e saiba manejar as ferramentas que são mais utilizadas. O grande desafio é estar sempre a frente, se atualizando a todo o tempo, se destacar e conhecer as novidades que vêm sendo criadas, para encantar os clientes e estar à frente da concorrência”, pontua a arquiteta Cristiane Lopes.
Para Leila Bueno, arquiteta e sócia-diretora comercial da BUENO Arquitetura Cenográfica, um dos principais desafios é conseguir absorver a quantidade de informações e itens sendo desenvolvidos para tecnologia. “Infelizmente, o mundo acadêmico não dá conta de absorver o que mercado produz e entrega no dia a dia. A instituição muitas vezes fica longe da prática. Consequentemente, o (a) arquiteto (a) tem o desafio de se manter informado em assuntos mais amplos que não dizem respeito somente à arquitetura. É o caso, por exemplo, da tecnologia voltada para a inteligência artificial, os recursos de realidade aumentada e projetos virtuais e as formas de apresentar o projeto para que o cliente se sinta ‘dentro dele’ antes dele ser realizado. Independentemente do tipo de tecnologia, sendo ela digital ou física, é preciso que o (a) arquiteto (a) tenha uma rede de apoio e parcerias muito ampla. Por isso, o grande desafio é ter bons relacionamentos interpessoais. É ter um leque de rede de apoio de um ecossistema que consiga compor o seu projeto, uma vez que a arquitetura vai muito além do espaço. Ela fala da atmosfera e da ambiência. É necessário ter parceiros que façam parte do desenvolvimento projetual e executivo. A grande diferenciação hoje está no recurso humano”, destaca.
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Sustentabilidade e acessibilidade
Para Cristiane, hoje, mais do que nunca, a conscientização da população em relação à sustentabilidade e a acessibilidade aumentou bastante. “E com a redução dos recursos naturais, nada mais adequado que trabalhar com conceitos de sustentabilidade nos projetos que estão sendo elaborados. Buscar soluções sustentáveis é fundamental para se tornar um bom profissional de arquitetura e ter um diferencial em sua carreira, pensando nas gerações futuras. O mesmo ocorre com a acessibilidade, mostrando que a igualdade e o direito de ir e vir de todos e em todos os ambientes públicos e privados”, afirma Cristiane.
Na opinião de Leila, dentro da arquitetura efêmera (sua área de atuação), a sustentabilidade tem sido um tema muito iminente. Segundo ela, há cerca de doze anos, o mercado tem implantado mais projetos com foco neste quesito. Já na arquitetura convencional, ela destaca que já vem sendo feito um trabalho há muito mais tempo, com foco em certificações de projetos sustentáveis.
“Com o boom do ESG e da arquitetura corporativa, tem sido possível se amparar na arquitetura convencional para fazer certificações e trazer parâmetros de todo o processo da cadeia, desde a parte projetual até o processo dentro das empresas. A sustentabilidade está parametrizada em três pilares principais: meio ambiente, economia e social. Não falamos somente de matéria. Vai muito além de pensar no que está entregue e aparente. Quando falamos em social, tem toda a parte de treinamento da equipe, tratamento dos colaboradores, entre outros fatores. No campo da arquitetura efêmera, estamos fazendo um trabalho junto a diversas associações e instituições para trazer para o nosso setor. É um tema que ainda não é bem visto pelas empresas de arquitetura cenográfica”, explica Leila.
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Recém-formados
E a situação dos recém-formados, como fica? Na opinião de Cristiane, o grande desafio para quem acabou de sair da faculdade é ganhar a confiança do cliente, pois ainda não tem portifólio, bem como empreender – saber gerenciar e vender. “Infelizmente sabemos que nem todo o profissional sai pronto da faculdade, é preciso ter frequentado bons estágios, se especializar dia a dia e se qualificar mais. Inicialmente, muitos profissionais trabalham de graça ou por meio de permuta para conquistarem o seu primeiro portifólio”, lembra Cristiane.
Para Leila, os recém-formados precisam de ajuda, orientação e ampliação de visão. “Percebemos que o mundo acadêmico ainda está focado na construção tradicional, na parte civil e no urbanismo. No entanto, dependendo da instituição, este último tema tem uma voz muito pequena ainda. Nosso escritório tem sido procurado para mostrar outras opções de mercado”, comenta.
Além disso, Leila ressalta que quem sai da faculdade hoje deve ser mais generalista do que especialista. “O desafio maior é se posicionar no mercado com bons relacionamentos, sabendo um pouco de cada coisa. Não vejo mais um profissional sendo especialista, ele tem que ser multidisciplinar”, conclui.
Fonte
Cristiane Lopes é formada em Arquitetura & Urbanismo pela Universidade São Judas Tadeu (2008) e Arquitetura de Interiores (Decoração Residencial) pela AEA Educação Continuada (2012). Proprietária da empresa Cristiane Lopes Arquitetura & Interiores, realiza projetos comerciais, residenciais, condominiais, corporativos, reformas de Interiores, consultorias, gerenciamento de obra ou reforma, regularizações de imóveis, vistorias e estudos de viabilidade Financeira.
Leila Bueno é arquiteta e sócia-diretora comercial da BUENO Arquitetura Cenográfica.
Contatos
contato@cristianelopesarquitetura.com.br
buenocenografia@gmail.com
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
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