37% da Geração Z pretende comprar um imóvel
Tecnologia, sustentabilidade, versatilidade e localização pautam a escolha do bem
Normalmente, uma das características mais apontadas da geração Z, que é formada por pessoas nascidas entre 1995 e 2010, é a busca pela liberdade e experiências. No entanto, uma pesquisa realizada com jovens entre 21 e 27 anos, pela Brain Inteligência Estratégica para o Estadão Imóveis, apontou que cerca de 37% deste público tem a intenção de adquirir um imóvel.
“É muito comum termos a imagem dessa geração como nômades digitais e que prezam pela experiência – quer primeiro viajar o mundo para depois se estabelecer de alguma maneira. No entanto, o conceito da casa própria, principalmente no contexto brasileiro, ainda é algo valorizado, uma vez que temos uma cultura patrimonialista. Ao chegar em um momento de maior independência financeira e de relacionamentos mais sólidos e duradouros, é comum que eles tenham esse desejo. De alguma forma, a compra do imóvel próprio também representa uma liberdade, uma vez que alguns deles ainda moram com os pais e outros vivem em imóveis locados. Desta maneira, é um investimento, mas também não deixa de ser uma forma de independência”, afirma Tiziana Weber, sócia e coordenadora de Projetos Especiais da Brain Inteligência Estratégica.
Tecnologia e sustentabilidade
A geração Z já nasceu na era da internet e tem bastante afinidade com a tecnologia. Para Daniel Diniz Sznelwar, CEO da LOT Consult, estes indivíduos não fazem diferenciação entre a vida online e offline. “Neste sentido, a ‘internet das coisas’ promete mudar a relação de consumo”, define.
Com relação à tecnologia, as questões associadas à segurança são as mais buscadas atualmente, segundo Tiziana. É o caso por exemplo da biometria e do reconhecimento facial.
Além disso, trazem uma grande preocupação com a sustentabilidade. Como isso afeta a venda de imóveis? Para Tiziana, existem alguns desafios que o mercado imobiliário terá que enfrentar para preencher os requisitos desta geração.
“Esta geração amadureceu com a pauta ESG. Alguns imóveis mais modernos já trazem esta questão de energia solar, reuso de água, mais áreas verdes. Certamente, a questão da sustentabilidade é algo que será muito valorizado – tanto quanto as áreas comuns. Isso ocorre tanto pelas questões de valores pessoais e éticos, como também por uma questão da economia individual, afinal, recursos de reuso de água e energia solar também têm um impacto financeiro”, explica Tiziana.
Localização
Outra preferência da geração Z é por imóveis em regiões mais centrais. “A região traduz muito o estilo de vida desta pessoa. Apesar de ser uma geração preocupada com o coletivo e pautas sociais, eles também valorizam a individualidade e a personalização. E isso se traduz nas características do empreendimento, como a localização. Obviamente, não é possível generalizar, uma vez que há vários nichos dentro de uma mesma geração. No entanto, a localização é um aspecto primordial e reflete como essa pessoa vive – se ela não tem carro, é natural que ela queira viver numa área mais central, mais urbana. Há também a preferência por morar numa região próxima à da família de origem”, aponta Tiziana.
Sznelwar acredita que a valorização dos centros urbanos é cada vez maior. “Embora a pandemia tenha levado a um movimento para fora do centro, no período pós vacinação temos visto o movimento contrário. Algumas pessoas estão voltando para os escritórios, enquanto outras querem ficar mais próximas dos serviços. No entanto, houve um grande aumento do preço dos imóveis nos grandes centros urbanos, que não foi acompanhado pelo salário destes indivíduos. Portanto, há uma incongruência com relação à capacidade de compra com a oferta de imóveis. Isto é, o imóvel que ele quer, geralmente é mais difícil de conseguir”, justifica.
Versatilidade
Cada vez mais há uma busca por espaços que sejam versáteis e multiuso. “Nada desnecessário faz sentido para esta geração. É o caso, por exemplo, de uma sala que tem espaço para escritório, mas também uma varanda gourmet. Essa praticidade é valorizada”, ressalta Tiziana.
Flexibilidade
O desejo de consumo da geração Z continua sendo o imóvel, mas a flexibilidade é a palavra-chave para estes indivíduos. “Hoje temos uma cultura globalizada e é comum que o jovem pense em morar fora, nem que seja por um tempo. Esse aspecto acaba favorecendo as locações – não só do primeiro apartamento, mas dos demais também. Ele vai sempre comparar com as oportunidades de compra e locação – é comum que eles façam o cálculo que vale a mais a pena”, lembra Sznelwar.
Entrevistados:
Daniel Diniz Sznelwar é formado em engenharia civil pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Daniel possui mais de dez anos de experiência no setor de Real Estate. O CEO da LOT Consult tem vivência em todas as atividades que envolvem a incorporação, desde a prospecção de terrenos, estruturação e captação de recursos, passando por desenvolvimento e pesquisa de produtos, estudos de viabilidade física, técnica e econômica à criação de campanhas publicitárias de lançamento e gestão de vendas.
Tiziana Weber é Sócia e Coordenadora de Projetos Especiais da Brain Inteligência Estratégica.
Contatos
Daniel (Assessoria de imprensa): rebeca.freitas@viracomunicacao.com.br
Tiziana (Assessoria de imprensa): beatriz.mota@viracomunicacao.com.br
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
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