Reúso de água funciona se vier contemplado no projeto

Tecnologia gera empresas especialistas em planejar esse tipo de obra, mas implantá-la em prédios já construídos encarece investimento

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Por: Altair Santos

O reuso de água está na moda. Desde que as certificações para empreendimentos imobiliários chegaram ao Brasil, os projetos que reaproveitam o recurso natural só fazem crescer. A ponto de influenciar também o setor industrial. Hoje, de cada dez plantas concebidas para que se construa uma fábrica, seis investem no reuso de água.

Enrico Freire: indústrias são as que mais investem em reúso de água

O objetivo é sempre ampliar a produção sem aumentar o consumo do bem natural no processo de fabricação. Mas há uma ressalva feita por especialistas: se a tecnologia de reuso não for concebida durante a fase de projeto da edificação, seja ela para fins residenciais, comerciais ou industriais, nem sempre o custo-benefício que se deseja é alcançado.

É o que explica o engenheiro químico e ambiental Enrico Freire, especialista em implantar reúso de água em unidades industriais. “Quando a tecnologia é incorporada ao projeto, as principais mudanças ocorrem na rede de distribuição de água e em sistemas de tratamento. Com suporte técnico adequado, os custos envolvidos são normalmente baixos frente aos valores investidos no complexo industrial”, diz.

O engenheiro alerta que viabilizar a tecnologia em fábricas já construídas é possível, mas nem sempre se obtém bons resultados. “Neste caso, dependendo do tipo de construção, o prazo de retorno do investimento pode deixar o projeto pouco interessante financeiramente. Se considerarmos que a água é um recurso finito, existirão empresas que sempre considerarão esse tipo de investimento viável. O melhor é pensar nos detalhes construtivos do prédio, durante o projeto. Isso reduz consideravelmente os custos de implantação de sistemas de reúso“, completa.

Gestão integrada
As indústrias têxtil e de beneficiamento de proteína animal são as que mais investem em reúso de água. Normalmente, essas fábricas se instalam em áreas com restrição de acesso a recursos hídricos ou em regiões onde o custo da água é elevado. No entanto, outros setores também se beneficiam da tecnologia. “Atualmente, em projetos de maior ou menor escala, todos os segmentos têm buscado opções de reaproveitamento de seus efluentes”, afirma Enrico Freire.

Unidades concebidas para usar a tecnologia do reúso de água têm maior custo-benefício

Segundo o especialista, os projetos de implantação de reuso de água sempre são customizados e o objetivo é que o investimento seja amortizado em, no máximo, dois anos. “A economia de dinheiro está muito relacionada ao custo da água e ao local onde ela é consumida. Esses valores podem ser extremamente baixos a ponto de inviabilizar um projeto ou ter períodos de payback (retorno de investimento) inferior a dois anos. Cada caso deve ser analisado separadamente”, comenta.

No mundo, os países que mais investem em reuso de água são Dinamarca, Bélgica, Alemanha e Austrália. Eles utilizam sistemas que o Brasil importa, como a gestão ambiental integrada. Nesta tecnologia, se faz o gerenciamento dos recursos hídricos, do reaproveitamento de chuvas e do tratamento de efluentes, integrando-os de acordo com a necessidade da fábrica. Outro modelo é a técnica de Pinch, no qual se avalia a qualidade da água e se define onde ela será aplicada.

Entrevistado
Engenheiro químico e ambiental, Enrico Freire, gerente de negócios do segmento ÁGUA e AR da Essencis Engenharia e Consultoria
Contato: comercialec@essencis.com.br

Crédito Foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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