Parede de EPS recoberta por concreto: tecnologia evolui
Com bom desempenho termoacústico, sistema construtivo agora atende projetos mais sofisticados, principalmente de casas em condomínios fechados
Com bom desempenho termoacústico, sistema construtivo agora atende projetos mais sofisticados, principalmente de casas em condomínios fechados
Por: Altair Santos
A tecnologia de paredes com EPS, popularmente conhecido como Isopor®, começou a ser usada há 30 anos. No Brasil, fez parte de projetos financiados pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), mas poucas unidades foram erguidas no país. Agora, com os avanços tecnológicos, o sistema construtivo volta ao mercado. Desta vez, não para atender habitações de interesse social, mas projetos sofisticados que buscam certificação sustentável.
Na região de Campinas-SP, condomínios de luxo têm usado a tecnologia para construir casas que consomem um volume de água até 50% menor no canteiro de obras, sem contar com a redução quase a zero de resíduos sólidos. Outra característica do sistema é a performance termoacústica, o que ajuda as obras a cumprirem requisitos das Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575).
Nos Estados Unidos, onde foi criada, a tecnologia que usa painéis de argamassa armada com miolo de Poliestireno Expandido (EPS), envolto por malha de aço galvanizado, é conhecida pela sigla SCIP (Structural Concrete Insulated Panel. Além do conhecido desempenho termoacústico, o sistema tem propriedades antifúngicas e resistência de até 40 toneladas por metro linear, sem requerer a utilização de vigas e pilares. “Isso o torna eficaz tanto para paredes de vedação quanto para paredes estruturais”, assegura a engenheira civil Lourdes Cristina D. Printes, da LCP Engenharia&Construções, que detém a exclusividade da tecnologia no Brasil, e que foi exposta no Greenbuilding Brasil 2015.
Certificação sustentável
As casas, normalmente de dois pavimentos, são montadas sobre um radier de concreto armado. As instalações elétricas e hidráulicas da obra são colocadas entre a malha de aço e o isopor, dispensando quebrar a parede. Em caso de reforma, os recortes podem ser feitos com uma serra elétrica. No Brasil, a LCP Engenharia&Construções treina mão de obra quando precisa construir fora do estado de São Paulo.
A construtora assegura que uma casa com 100 m² pode ser entregue para morar no prazo de duas semanas. Comparativamente a uma obra em alvenaria convencional, o custo do sistema, em média, é 20% mais barato. “Outra vantagem é que a aplicação de revestimento sobre as paredes dispensa reboco, podendo ser assentada diretamente na argamassa armada”, explica Lourdes Cristina D. Printes.
Desde 2007, o sistema tem a certificação LEED for Homes, nos Estados Unidos. Os números atualizados mostram que 140 mil casas já foram construídas usando a tecnologia – a maioria nos Estados Unidos e no Canadá. Deste total, 65% têm certificação sustentável. Para obter a LEED for Homes, que é exclusiva para casas, a habitação precisa reduzir consumo de energia em mais de 40%, de água em 12%, de emissões de CO2 em 39% e de geração de resíduos em 65%.
Entrevistada
Engenheira civil Lourdes Cristina D. Printes, diretora técnica da LCP Engenharia&Construção
Contato: lourdes.printes@lcpconstrucoes.com.br
Créditos fotos: Divulgação/Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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