Nova estação na Antártica usará pré-moldados
Peças de concreto serão empregadas na construção do futuro QG brasileiro no polo sul. Projeto vencedor é de Curitiba.
Peças de concreto serão empregadas na construção do futuro QG brasileiro no polo sul. Projeto vencedor é de Curitiba
Por: Altair Santos
Em fevereiro de 2012, um incêndio destruiu a base militar e científica do Brasil na Antártica. O acidente comprometeu as pesquisas do país no polo sul. No entanto, a retomada dos trabalhos tende a ficar bem mais confortável quando a nova estação Comandante Ferraz for reconstruída. Ao invés de contêineres – material que predominava na antiga instalação, implantada em 1984 -, o novo QG brasileiro terá uma arquitetura adequada para enfrentar os rigores do frio da região. Graças ao escritório curitibano Estúdio 41, que ganhou o concurso promovido pela Marinha do Brasil para projetar a nova base na Antártica.
A futura estrutura será construída na península de Keller e terá a predominância dos pré-fabricados. Aliás, foi por ter dado prioridade aos processos industrializados que o Estúdio 41 ganhou o concurso. “Um fator bastante restritivo, imposto pelo Tratado Antártico, é a proibição de qualquer derramamento de massa ou argamassa em solo antártico, devido à necessidade de remoção de todos os resíduos quando da desocupação das áreas. Por tal motivo, a utilização de concreto ficou relacionada ao uso de elementos pré-fabricados e de blocos cimentícios”, explica o arquiteto Fabio Henrique Faria, um dos autores do projeto.
Em sua maioria, a nova base brasileira na Antártica será construída com estruturas metálicas leves, pré-fabricados em madeira e vidro com tripla camada. “O envoltório foi pré-concebido em um sanduíche de chapas metálicas, com o isolamento necessário no centro”, diz o arquiteto. No memorial do projeto, está clara a opção por sistemas industrializados de construção. “A estratégia central é a repetição de sistemas construtivos, permitindo alcançar níveis de excelência na montagem e garantir o autodesempenho do edifício, ao mesmo tempo racionalizando o processo de fabricação”, diz o documento.
Outra característica do projeto – vencedor entre 74 propostas -, é que ele permite ser ampliado de acordo com as necessidades. A princípio, a estrutura estará apta a receber 60 pessoas, atendendo termo de referência desenvolvido pelo corpo técnico da Marinha e sob a orientação da comunidade científica. Para que se inicie a construção, é aguardada a abertura de licitação para a execução das obras, o que deve ocorrer no verão antártico, que começa em dezembro. O Estúdio 41 acompanhará o procedimento licitatório e tende a orientar o processo de montagem.
Confira a equipe que atuou no projeto:
Autores
Emerson Vidigal (Estúdio 41)
Eron Costin (Estúdio 41)
Fabio Henrique Faria (Estúdio 41)
João Gabriel Moura Rosa Cordeiro (Estúdio 41)
Consultores
Arq. Guido Petinelli, Conforto e Energia (Petinelli)
Arq. Eduardo Brofman, Conforto e Energia
Eng. Eduardo Ribeiro, Instalações
Arq. Carlos Garmatter, Segurança e prevenção contra incêndio
Eng. Ricardo Dias, Estruturas
Eng. Bruno Martinez, Conforto e Energia (Petinelli)
Eng. Andre Belloni, Conforto e Energia (Petinelli)
Eng. Josiele Patias, Geotecnia
Colaboradores
Arq. Dario Corrêa Durce
Arq. Moacir Zancopé Jr.
Martin Goic
Fernando Moleta
Alexandre Kenji
Rafael Fischer
Veja as plantas do projeto:
Parte 01
Parte 02
Entrevistado
Estúdio 41, escritório de arquitetura (via assessoria de imprensa)
Contato: www.estudio41.com.br / estudio@estudio41.com.br
Créditos foto: Divulgação/Estúdio 41
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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