Linha 4 do metrô do Rio não economiza em inovações
Escavações de túneis que vão unir Zona Sul à Barra da Tijuca usam série de tecnologias e equipamentos importados, principalmente da Alemanha
Escavações de túneis que vão unir Zona Sul à Barra da Tijuca usam série de tecnologias e equipamentos importados, principalmente da Alemanha
Por: Altair Santos
Projetada para consumir 518.784,79 m³ de concreto, a linha 4 do metrô da cidade do Rio de Janeiro é hoje a principal obra envolvendo túneis no Brasil. O empreendimento foi destaque no World Tunnel Congress (WTC) 2014, que aconteceu de 9 a 15 de maio em Foz do Iguaçu-PR. O tema “túneis para uma vida melhor” centralizou os debates do congresso. Por isso, a construção de 16 km, que irá ligar os bairros Barra da Tijuca e Ipanema, monopolizou os discursos dos palestrantes. Além de prometer transportar 300 mil pessoas por dia e de retirar dois mil veículos por hora de circulação, a linha 4 também é uma das poucas no mundo que agrega dois tipos de tecnologias: New Austrian Tunnelling Method (NATM) – Drill and Blast e Tunnel Boring Machine (TBM).

O NATM utiliza detonações controladas e é apropriado para escavação em rocha. A técnica, empregada no trecho entre a Barra da Tijuca e a Gávea já avançou 7,5 km desde 2010. Trata-se do maior bitúnel escavado em rocha entre estações metroviárias do mundo. Já no trecho Gávea-Ipanema, a construção é feita pelo Tunnel Boring Machine (TBM). O equipamento, importado da Alemanha, pesa 2,7 mil toneladas e tem 120 m de comprimento, com 11,5 m de diâmetro. “O Tatuzão está construindo os túneis subterrâneos entre as estações General Osório (Ipanema) e a Gávea, por causar menor impacto na superfície. Este método construtivo é o mais adequado às características urbanas e de solo da Zona Sul do Rio”, explica Marcos Vidigal, diretor de contrato do Consórcio Linha 4 Sul.
Dois consórcios construtores são responsáveis pela obra: o Construtor Rio Barra – responsável pelo trecho Barra da Tijuca-Gávea e formado pelas empresas Queiroz Galvão, Odebrecht Infraestrutura, Carioca Engenharia, Cowan e Servix – e o Linha 4 Sul, que executa as obras entre Gávea e Ipanema, e é constituído pela Odebrecht Infraestrutura, Queiroz Galvão e Carioca Engenharia. O grupo da Linha 4 Sul administra também a fábrica de aduelas montada na região de Leopoldina, no centro do Rio de Janeiro. Nela, estão em produção 22 mil peças pré-fabricadas de concreto para compor os 2,7 mil anéis que revestirão o trecho escavado pelo Tunnel Boring Machine. Como o TBM, os moldes para a fabricação das aduelas foram feitos na Alemanha.

Inovação
Para o trecho escavado em rocha, e que será revestido com concreto projetado, foi construída uma central de concreto que abastece as obras. Neste setor, o consórcio Construtor Rio Barra utilizou uma técnica avançada para revestir a estação Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca. Aplicou uma manta impermeabilizante especial, pois a construção encontra-se abaixo do nível do mar. “Após intensa campanha de investigação geotécnica e caracterização detalhada do solo, a equipe de projetistas e engenheiros da CCRB, formada pelas empresas Queiroz Galvão, Odebrecht, Carioca Engenharia, Cowan e Servix, optou por rebaixar o lençol freático, modificar as condições do terreno e revestir a galeria metroviária com essa tecnologia importada”, explica Lúcio Silvestre, diretor de contrato do consórcio.
Utilizada pela primeira vez no Brasil, a manta impermeabilizante é composta por polietileno de alta densidade (PEAD), uma resina de grande peso molecular, reconhecida internacionalmente pelos seus níveis elevados de resistência e durabilidade. O projeto da Estação Jardim Oceânico prevê a impermeabilização total da estrutura submersa. Segundo Silvestre, essas estruturas estão dimensionadas para trabalhar sob pressão. “Depois que os rebaixamentos forem desligados, os lençóis freáticos subirão normalmente. No entanto, a manta impermeável conseguirá impedir a passagem de umidade do solo para a estrutura e, assim, evitar qualquer risco futuro de fissura e infiltração nas paredes da estação”, completa. A linha 4 do metrô do Rio está programada para entrar em operação no segundo semestre de 2015.

Entrevistados
Engenheiros civis Marcos Vidigal, diretor de contrato do consórcio Linha 4 Sul, e Lúcio Silvestre, diretor de contrato do consórcio Construtor Rio Barra
Contato: atendimento.ccrb@ccrblinha4.com.br
Créditos Fotos: Divulgação/Metrô Linha 4
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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