Lei das domésticas leva mulher à construção civil

PEC recentemente aprovada estimula trabalhadoras a buscarem cursos de qualificação para atuar em canteiros de obras.

PEC recentemente aprovada estimula trabalhadoras a buscarem cursos de qualificação para atuar em canteiros de obras

Por: Altair Santos

Promulgada em 3 de abril de 2013, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que ficou conhecida como “Lei das Domésticas” passou a estimular ainda mais o fluxo de mulheres em direção à construção civil. A mudança na relação entre quem contrata e quem atua no trabalho doméstico deixou direitos em suspenso, causando o deslocamento de trabalhadoras desta categoria profissional para o canteiro de obras. Para isso, elas precisam de qualificação, o que ampliou também a demanda por cursos. Só no Projeto Mão na Massa, um dos mais conhecidos do país em formação de mão de obra feminina para a construção civil, as turmas de 60 vagas têm sido procuradas por até 280 mulheres. “A cada nova turma que abrimos, a procura é intensa”, revela a engenheira civil Deise Gravina.

Projeto Mão na Massa: cursos com 60 vagas têm procura de até 280 mulheres.

Antes mesmo de a “Lei das Domésticas” passar a vigorar, o interesse das mulheres por qualificação na construção civil já era intenso. Entre os motivos, estão as garantias trabalhistas e os salários atrativos. “O aumento de salário é um deles, assim como o registro em carteira e o reconhecimento de uma profissão. Acompanhamos casos de evidente elevação de autoestima, principalmente entre as ex-domésticas, já que o trabalho doméstico, ainda que equivocadamente, é visto como um trabalho de menor valor”, explica Deise Gravina, afirmando que atualmente a qualificação mais procurada no Projeto Mão na Massa, cuja sede fica no Rio de Janeiro, é o de carpinteira de fôrmas. Os cursos da ONG também formam pedreiras, pintoras e eletricistas.

Pioneiro no Brasil em qualificar mulheres para a construção civil, o Projeto Mão na Massa começou em 2008. Hoje, a mão de obra feminina em canteiro de obras já é uma realidade em todo o país. “Percebemos que nestes cinco anos conseguimos quebrar o paradigma de que obra não é lugar para mulheres. E isso não tem mais volta. Elas entraram no canteiro e, bem qualificadas, irão permanecer”, analisa Deise Gravina, citando que alguns empregadores já preferem a mão de obra feminina à masculina. “Na carpintaria, na gestão de segurança de obras, assim como na fase de acabamento, as mulheres já são mais competitivas do que os homens”, completa a engenheira civil.

O número de mulheres que atua na construção civil aumentou 65% em cinco anos, segundo dados do ministério do Trabalho e Emprego. Estima-se que atualmente elas ocupem cerca de 400 mil vagas formais. Isso equivale a 11,59% do total de mão de obra empregada no setor. Segundo dados publicados em abril de 2013 pela pesquisa do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), há 3,450 milhões de trabalhadores atuando na construção civil.

Entrevistada
Deise Gravina, coordenadora do Projeto Mão na Massa
Currículo
Deise Gravina, 56 anos, é graduada em engenheira civil e idealizadora do projeto Mão na Massa
Contato: contato@projetomaonamassa.org.brcoordenacao@projetomaonamassa.org.br
Créditos foto: Ana Branco/Mão na Massa

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330


Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo