Gestão das rodovias privatizadas vai além do pedágio
Manutenção de milhares de quilômetros exige planejamento e obediência às normas e parâmetros já consolidados para esse tipo de trabalho
Manutenção de milhares de quilômetros exige planejamento e obediência às normas e parâmetros já consolidados para esse tipo de trabalho
Por: Altair Santos
Diretor de engenharia da Engelog – empresa do grupo CCR -, o engenheiro civil Luiz Felipe Alves palestrou, em recente web seminário, sobre como uma concessionária de rodovias no Brasil opera para fazer a logística das estradas. No caso da CCR, o monitoramento e a manutenção de rodovias envolvem 52,5 milhões de m2 de pavimento, 1.596 estruturas de concreto e 9.275 obras de arte. “O controle é feito com base em normas, parâmetros e estudos já consolidados para esse tipo de trabalho, e que engloba um grande número de profissionais”, diz Luiz Felipe Alves.
Atualmente, a CCR detém a concessão de 2.904 quilômetros de rodovias. Segundo Luiz Felipe Alvez, dependendo do tamanho da intervenção que uma estrada irá sofrer – instalação de uma ponte, de um viaduto ou a duplicação de um trecho -, o trabalho de logística e de planejamento pode começar até cinco anos antes. “O prazo longo permite fazer toda a gestão perante as agências reguladoras, assim como a gestão de processos de licença ambiental, para que o projeto não sofra interferência quando for dado o start da obra. A ação tem que ser altamente precisa, para não impactar no tráfego diário de veículos”, explica.
Além do trabalho de manutenção e de melhoria das estradas, a concessionária é responsável também por licenciar todos os serviços terceirizados que queiram se instalar às margens de uma rodovia. Isso envolve desde a definição do local para determinado serviço até o apoio de engenharia para o empreendimento, como a definição de acessos e saídas que se conectem com a estrada. A gestão também ocorre quando a rodovia faz parte do trajeto de alguma carga especial. “Neste caso, é feito um estudo prévio sobre o impacto da carga na rodovia e qual o melhor horário para ela trafegar, a fim de que não prejudique o fluxo dos outros veículos”, diz Luiz Felipe Alvez.
Pesquisa de pavimentos
O engenheiro civil relata ainda que é uma preocupação constante de sua área de atuação estar atento a sinistros que acontecem nas rodovias, como desmoronamentos de encostas, deterioração da pista por causa de enchentes ou enxurradas, assim como danos a obras de arte, seja por causa de acidentes ou por fenômenos da natureza. Por isso, relata Luiz Felipe Alvez, a Engelog está envolvida também com a pesquisa na área de pavimentos e tipos de concreto que ajudem a melhorar a resistência das estradas que estão sob seus cuidados. “A busca por soluções otimizadas de engenharia é uma constante em nosso trabalho. Por isso, temos um acervo técnico bem constituído, para que ele abasteça as pesquisas que desenvolvemos”, afirma.
Para fazer o monitoramento das rodovias, assim como a elaboração de projetos e o desenvolvimento tecnológico de pavimentos e obras de arte, a concessionária envolve 217 engenheiros e 232 profissionais de nível técnico. Toda essa operação já consumiu R$ 191,7 milhões, desde que a CCR passou a fazer a gestão de rodovias. O gasto maior – seja de recursos quanto de tempo -, revela Luiz Felipe Alvez, se dá na fase de concepção e detalhamento do projeto, o que levou a concessionária a adotar a ferramenta BIM. “É a etapa em que a competência e o conhecimento podem influenciar nas mudanças. A partir do momento em que se entra na fase de licitação, contratação e construção, as dificuldades para implantar mudanças são maiores”, conclui.
Clique aqui e assista ao web seminário Gestão de projetos na engenharia rodoviária
Entrevistado
Engenheiro civil Luiz Felipe Alvez, diretor de engenharia da Engelog, empresa do grupo CCR (com base no web seminário “Gestão de projetos na engenharia rodoviária”)
Contato
contato.imprensa@grupoccr.com.br
Crédito Foto: CCR
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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