Engenheiros empreendedores: desafio às universidades
Escolas de engenharia investem em empresas incubadoras, mas ainda faltam disciplinas que ensinem os alunos a montar seus negócios.
Escolas de engenharia investem em empresas incubadoras, mas ainda faltam disciplinas que ensinem os alunos a montar seus negócios
Por: Altair Santos
As escolas de engenharia civil em todo o país começam a despertar para a necessidade de não apenas formar engenheiros, mas capacitar os futuros profissionais a serem empreendedores. É certo que muitas delas já procuram impregnar esse espírito em seus alunos, seja através de incubadoras de empresas ou escritórios-pilotos, mas ao mesmo tempo fazem a “mea culpa” por haver poucas disciplinas voltadas ao empreendedorismo. “Hoje, o que se faz, é uma compensação. Ou seja, a gente tenta conscientizar o aluno disciplina a disciplina. O mesmo procedimento é feito com a conscientização da sustentabilidade”, explica Marcelo Henrique Farias de Medeiros, do Departamento de Construção Civil da UFPR (Universidade Federal do Paraná).
Na opinião de Roberto Domingo Rios – chefe substituto do Departamento de Engenharia Civil da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) -, o próprio perfil dos estudantes que estão ingressando nos cursos tem forçado as escolas a se adaptarem a essa característica empreendedora dos futuros engenheiros. “Eles já chegam querendo resolver problemas. Há uma atividade maior na busca pela prática, o que não deixa de ser uma característica do próprio mercado”, avalia. Ainda de acordo com Roberto Domingo Rios, há casos em que os próprios alunos se organizam para planejar e empreender. “Não tendo disciplinas que os levem a serem empreendedores, eles mesmos buscam aprender fora da universidade, geralmente recorrendo ao Sebrae”, completa.
O perfil do engenheiro-empreendedor se revela já no primeiro contato com o curso. “Aquele que gosta de trabalhar em grupo, que de uma ideia já pensa num produto e que está sintonizado com o mercado é o que a gente detecta como empreendedor. Um caso foi um aluno que montou uma empresa de espaçadores para armadura feitos de cimento. Ele detectou a oportunidade, não viu produto similar no mercado e achou um nicho, criando um produto diferenciado”, comenta Marcelo Henrique Farias de Medeiros, lembrando que a UFPR possui um escritório-piloto que procura pesquisar os nichos onde os alunos podem empreender. “Além disso, temos um laboratório de inovação, onde fazemos um link com o mercado da construção civil”, revela.
Tanto o professor da UFPR, quanto o da UFRGS, citam que atualmente um bom número de estudantes de engenharia civil, ao concluir o curso, tem procurado fazer pós-graduação em economia ou administração. “Isso ocorre por dois motivos: a busca pelo próprio negócio ou a adaptação para entrar na área financeira, que também absorve engenheiros civis”, analisa Roberto Domingo Rios. “O empreendedor tem que ser um administrador também. Não adianta só dominar a parte técnica. É preciso saber elaborar pesquisas de mercado, estudos de viabilidade. Por isso, é necessário estender o conhecimento para outras áreas”, alerta Marcelo Henrique Farias de Medeiros.
Entrevistados
– Marcelo Henrique Farias de Medeiros, professor do departamento de construção civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR)
– Roberto Domingo Rios, chefe substituto do departamento de engenharia civil da Universidade federal do rio Grande do sul (UFRGS)
Currículos
– Marcelo Henrique Farias de Medeiros é graduado em engenharia civil pela Universidade de Pernambuco (1999), Mestre em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo (2002) e Doutor em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo (2007)
– Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal do Paraná, onde tem ministrado aulas na graduação e pós-graduação strictu sensu
– É professor colaborador de cursos de pós-graduação latu sensu da Universidade de Pernambuco e Universidade do Oeste de Santa Catarina.
– Atuou nos trabalhos de inspeção, diagnóstico e projeto de recuperação de obras de arquitetos renomados, como Oscar Niemeyer (Brasil), Villa Nova Ar tigas (Brasil) e Fresnedo Siri (Uruguai)
– Tem experiência na área de engenharia civil, com ênfase em materiais de construção, patologia e terapia das estruturas de concreto, atuando principalmente nos seguintes temas: durabilidade, concreto armado, reparo, dosagem de concreto e argamassa, ataque por cloretos, corrosão de armaduras e vida útil
– Roberto Domingo Rios é graduado em engenharia civil pela Universidade Nacional do Nordeste (1989), Mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1995) e Doutor em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2002)
– Atualmente é professor Associado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Concreto Armado e Dinâmica, atuando principalmente nos seguintes temas: concreto armado, concreto, dinâmica, puncionamento e ação dinâmica
– Desde março de 2008 é tutor do Programa de Educação Tutorial (PET) Civil da UFRGS
– Desde maio de 2009 é chefe substituto do Departamento de Engenharia Civil
Contato: medeiros.ufpr@gmail.com / rrios@cpgec.ufrgs.br
Créditos foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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