Edifícios superaltos entram no foco das construtoras

Em Balneário Camboriú, engenheiros-projetistas debateram tecnologias que tiram Brasil da letargia em relação à construção de arranha-céus

Em Balneário Camboriú, engenheiros-projetistas debateram tecnologias que tiram Brasil da letargia em relação à construção de arranha-céus

Por: Altair Santos

Realizada sugestivamente em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, onde se concentra o maior número de prédios superaltos do Brasil, a 1ª Jornada Internacional sobre Projetos de Edifícios Altos (Jipea) procurou mostrar as tecnologias já disponíveis no país, e as que estão em uso no exterior. O evento, que aconteceu de 13 a 16 de setembro, atraiu majoritariamente construtoras dos estados do sul e do sudeste, que foram conferir palestras de engenheiros e projetistas que já acumulam experiência em edifícios superaltos.

Balneário Camboriú, em Santa Catarina, concentra o maior número de prédios com altura acima de 100 metros
Balneário Camboriú, em Santa Catarina, concentra o maior número de prédios com altura acima de 100 metros

Sistemas construtivos à base de concretos especiais, estruturas mistas, grandes blocos de fundações e os efeitos dos ventos sobre projetos desta natureza estiveram entre os assuntos abordados. Segundo o anfitrião da 1ª Jipea, Carlos Julio Haacke, presidente do SindusCon de Balneário Camboriú, o evento deixa claro que o Brasil está definitivamente inserido na era dos edifícios superaltos, sobretudo pela qualidade dos insumos e dos materiais empregados na construção destes empreendimentos, além dos softwares para projetar, planejar e fazer a gestão das obras.

Carlos Julio Haacke afirma que esses avanços permitem sistemas operacionais específicos para este tipo de edificação. “Prédios com mais de 150 metros de altura exigem projetos hidrossanitários, elétricos e contra incêndio com muitas especificidades. Por isso, softwares que permitem engenharia simultânea se tornaram importantes ferramentas para se chegar ao produto final. Eles garantem também a interação adequada entre os profissionais envolvidos com a obra”, assegura.

Ação dos ventos
Na 1ª Jipea debateu-se o atendimento à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575) em edifícios altos. Neste caso, elementos como esquadrias externas e vidros devem atender especificações definidas em projeto. “Uma obra desse porte exige uma série de cuidados. Recomenda-se, por exemplo, que todos os projetos sejam submetidos a consultorias. Alguns deles, como cálculo estrutural, devem passar por até duas consultorias, além do calculista”, diz o presidente do SindusCon de Balneário Camboriú.

Carlos Julio Haacke: softwares e qualidade dos materiais são determinantes para empreender prédios superaltos
Carlos Julio Haacke: softwares e qualidade dos materiais são determinantes para empreender prédios superaltos

Entre todos os estudos que envolvem projetos relacionados com prédios altos, um é primordial: o que avalia a ação dos ventos sobre a estrutura destas edificações. É neste quesito que o Brasil precisa evoluir para ter mais empreendimentos superaltos. Há poucos laboratórios que atuam neste tipo de ensaio, o que obriga, em alguns casos, a contratação de serviços fora do país. A Argentina, por exemplo, tem sido bastante requisitada, por ter túneis de vento construídos exclusivamente para atender projetos arquitetônicos.

Os ensaios sobre a ação dos ventos, juntamente com a análise do solo, têm importância significativa para definir o projeto de fundações e o estaqueamento para edifícios superaltos. Eles são preponderantes também na definição do volume e no tipo de concreto a ser utilizado na obra. “Temos casos aqui em Balneário Camboriú em que só a fase de estaqueamento consumiu mais de 5 mil m³ de concreto, com profundidade superior a 25 metros”, cita Carlos Julio Haacke. A cidade no litoral catarinense, desde 2013, é o endereço de nove dos dez maiores edifícios do Brasil.

Confira aqui a lista com os prédios mais altos do Brasil

Entrevistado
Engenheiro civil Carlos Julio Haacke, presidente do SindusCon de Balneário Camboriú

Contato
carlos@sindusconbc.com.br

Crédito Fotos: Flickr e SindusCon BC

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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