Cresce uso de paredes de concreto entre países latinos

Durabilidade e rapidez na execução da obra fazem aumentar adesão ao sistema, principalmente em projetos para casas e prédios habitacionais

Já consolidada no Brasil, tecnologia avança também no México, na Costa Rica, na Colômbia, na Bolívia e no Chile. Crédito: Divulgação
Já consolidada no Brasil, tecnologia avança também no México, na Costa Rica, na Colômbia, na Bolívia e no Chile. Crédito: Divulgação

Nos dias 4 e 5 de junho, a cidade de Salvador-BA recebeu o II Congresso Iberoamericano de Habitação. O evento ocorre de três em três anos e abrange as tecnologias construtivas em uso no continente para a construção de casas e edifícios habitacionais. O tema deste ano foi paredes de concreto. O sistema ganha cada vez mais adesão entre os países latino-americanos, por duas razões: durabilidade e rapidez na execução da obra. Já consolidada no Brasil, no que se refere a habitações que atendem o programa Minha Casa Minha Vida, a tecnologia também começa a ser dominante no México, na Costa Rica, na Colômbia, na Bolívia e no Chile.

O evento realizado na capital da Bahia contou com o apoio da Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Concretagem (Abesc). O presidente e o consultor da associação, Jairo Abud e Arcindo Vaquero, lembraram que o sistema de paredes de concreto consolidou-se no Brasil por que a Abesc, em conjunto com a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), fomentou o núcleo Paredes de Concreto, formado em 2007, para unir as empresas do setor e propagar a tecnologia. O objetivo era alcançar o processo de industrialização na construção de moradias, o que parece ter sido atingido.

Atualmente, o núcleo Paredes de Concreto afirma com segurança que o sistema construtivo absorve 20% menos mão de obra, é 30% mais barato e permite construir na metade do tempo consumido pela alvenaria convencional e pela alvenaria estrutural. Não é à toa que o sistema construtivo já é o mais usado no programa Minha Casa Minha Vida. Dados da Caixa Econômica Federal de 2016 revelam que, naquele ano, a tecnologia foi predominante em 52% dos projetos apresentados ao banco para captação de recursos. A adesão às paredes de concreto cresceu rapidamente, já que em 2014 apenas 36% das unidades produzidas com recursos da Caixa utilizavam o sistema.

Experiências bem-sucedidas no Brasil inspiram demais nações do continente

No Brasil, as paredes de concreto ganharam impulso com a ABNT NBR 16475 (Painéis de parede de concreto pré-moldado – requisitos e procedimentos), publicada em março de 2017. A norma técnica adaptou o sistema às exigências da ABNT NBR 15575 (Edificações Habitacionais – Desempenho) melhorando, principalmente, o desempenho térmico e acústico das construções que utilizam a tecnologia. O sistema também ganhou no SINAT (Sistema Nacional de Avaliações Técnicas) dois Datecs (documentação de avaliação técnica) que comprovam e atestam o atendimento aos requisitos da Norma de Desempenho.

As experiências bem-sucedidas do Brasil com as construções em paredes de concreto despertaram o interesse de construtores latino-americanos que estiveram no II Congresso Iberoamericano de Habitação. No evento, todo o conhecimento acumulado pelo núcleo Paredes de Concreto foi repassado aos participantes, como forma de compartilhar a técnica e propagar o método por todo continente. Segundo Ary Fonseca Júnior, coordenador do núcleo, as empresas já perceberam que o sistema parede de concreto é importante para o seu próprio negócio. Por um simples motivo, diz: a tecnologia reflete positivamente no resultado da construtora.

Entrevistado
Reportagem com base nos painéis realizados no II Congresso Iberoamericano de Habitação

Contato
congresovivienda2018@ficem.org

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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