Copa do Mundo impulsiona consumo de cimento na Rússia
Mundial também levou russos a modernizar fábricas, aumentar eficiência energética e assumir compromissos ambientais
Além da construção de estádios, a Copa do Mundo na Rússia resultou em uma série de obras de infraestrutura que gerou aumento de produção de Cimento Portland no país. Em 2017, a indústria cimenteira russa fabricou 58 milhões de toneladas do insumo. Houve ainda a importação de mais 4,3 milhões de toneladas da Turquia, do Irã e da Bielorrúsia.
Mesmo após a passagem da Copa pelo país, a produção de cimento não tende a diminuir na Rússia. Estudo de EY (Ernest & Young) revela que, até 2022, a demanda pelo insumo no mercado russo chegará a 70 milhões de toneladas, entre produção local e importações. O crescimento médio de 3% se mantém sustentável desde 2011.
A Copa do Mundo também levou a indústria russa de cimento a modernizar suas fábricas. A aquisição de novos equipamentos, além de expandir a capacidade instalada em 4 milhões de toneladas/ano, permitiu o aumento da eficiência energética na produção do insumo. Compromissos ambientais assumidos pelo setor preveem redução na emissão de CO2 na ordem de 25% até 2030. Outra meta pactuada com o governo é a recapacitação da mão de obra que atua nas cimenteiras.
A indústria de cimento da Rússia se mantém otimista mesmo após passada a Copa do Mundo, pois a prefeitura de Moscou está implantando um amplo programa habitacional de longo prazo, que prevê a demolição de 8 mil blocos habitacionais antigos e a reconstrução de novos. As edificações a serem destruídas foram erguidas na época do líder comunista Nikita Khrushchev, que foi primeiro-ministro do país entre o final da década de 1950 e meados da década de 1960.
Com reurbanização de Moscou, Rússia se manterá à frente do Brasil
Neste período, foram construídas milhares de habitações populares em Moscou, que ficaram conhecidas como Khrushchyovkas. Hoje, essas unidades abrigam 1,6 milhão de pessoas, mas estão se deteriorando, impregnadas de patologias em suas estruturas. A prefeitura da capital russa quer iniciar a revitalização após a Copa do Mundo, substituindo as Khrushchyovkas por torres de apartamentos de 16 andares, e também reurbanizando os bairros onde elas serão construídas.
O programa de revitalização deverá demolir 25 milhões de m2 de habitações, ou seja, mais de 10% do estoque habitacional de Moscou. A estimativa é que a execução do projeto demore 10 anos, a um custo de 6 trilhões de rublos (cerca de 97 bilhões de euros ou 338 bilhões de reais). O plano já é considerado a maior intervenção urbana da Europa, já que Moscou fica no lado europeu da Rússia.
Diante deste potencial construtivo, os números recentes da indústria cimenteira russa fizeram o país ultrapassar o Brasil em produção e consumo. Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), a indústria brasileira vem experimentando quedas acentuadas desde 2014. Naquele ano, foram produzidas 70,8 milhões de toneladas. Em 2015, 64,8 milhões de toneladas; em 2016, 57,2 milhões de toneladas, e em 2017, 53,8 milhões de toneladas. Para 2018, o SNIC projeta retomada de crescimento da indústria em torno de 3%, com aumento de venda no varejo de cimento entre 1% e 2%.
Entrevistado
Ministério da Construção da Rússia (via assessoria de imprensa)
Contatos
duty_press@aprf.gov.ru
www.minstroyrf.ru
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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