Futuro da construção civil mundial está na Ásia

Auditoria internacional revela que, até 2030, nenhum outro país terá tantas obras quanto China e Índia, seguidos de Indonésia, Vietnã e Filipinas

Auditoria internacional revela que, até 2030, nenhum outro país terá tantas obras quanto China e Índia, seguidos de Indonésia, Vietnã e Filipinas

Por: Altair Santos

Estudo da auditoria internacional PwC revela que, até 2025, 63% das obras de infraestrutura em todo o mundo estarão concentradas na Ásia. Só a China responderá por 26% dos empreendimentos, seguida da Índia. O levantamento ainda revela que entre 2025 e 2030, a Índia terá potencial para superar a China e se transformar no país com maior concentração de obras.

Ponte Bandra Worli Sea Link, em Mumbai: Índia caminha para passar a China em volume de obras
Ponte Bandra Worli Sea Link, em Mumbai: Índia caminha para passar a China em volume de obras

O mesmo relatório prevê que o ritmo global da construção civil tende a superar o PIB do planeta no mesmo período. Contribuem para esse crescimento, além de China e Índia, os novos “tigres asiáticos” – Indonésia, Vietnã e Filipinas. Fora da região asiática, os Estados Unidos seguirão encabeçando a construção civil do ocidente. “É normal que a demanda por obras seja maior na Ásia, mas nos surpreende a voracidade da índia”, diz Jonathan Hook, líder global de Engenharia & Construção da PwC.

Estima-se que já em 2016 a Índia ultrapasse o Japão no volume de obras. A construção civil no país, desde 2013, cresce a taxas constantes de 7,4% ao ano. É esse ritmo que faz o documento da PwC assegurar que a China será superada pela índia na condição de “canteiro de obras” do mundo. “A diferença entre a explosão construtiva que se viu na China, e a que é assistida agora na Índia, é que os indianos estão muito preocupados em gerar construções sustentáveis”, afirma Jonathan Hook.

Um exemplo é a ponte Bandra Worli Sea Link, construída na ilha de Mumbai. A obra investiu na construção industrializada e buscou certificação sustentável. Um quesito exigido era que o concreto tivesse baixa emissão de CO2. A solução foi buscar um material com 30 MPa de resistência, após 28 dias, usando cinza volante e um aditivo químico desenvolvido exclusivamente pela BASF para a obra.

Com esses procedimentos, a obra utilizou 400 quilos de cimento para cada metro cúbico de concreto. Ao todo, a Bandra Worli Sea Link consumiu 20 mil m³ de concreto, reduzindo em 4.400 toneladas a emissão de CO2.

Brasil na contramão

O estudo da PwC envolveu 49 países, responsáveis por 90% da produção econômica mundial. O Brasil e as principais nações latino-americanas fizeram parte do levantamento. Pelos dados coletados, a pesquisa indica que a construção civil brasileira, em função das demandas, tem condições de crescer 6% ao ano, em média. No entanto, com um olhar otimista, a expectativa é de que o setor de infraestrutura no país cresça a um ritmo de 2%, a partir de 2017.

A mesma pesquisa apontou onde estão as maiores demandas estruturais do Brasil, que passam por extração (petróleo e gás e commodities), indústria de transformação (refino de petróleo, química e de metais pesados), infraestrutura social (educação e saúde), além de transporte (rodovias, ferrovias, transporte marítimo e aeroportos) e serviços públicos (geração, transmissão e distribuição de energia, gás, água e telecomunicações). São obras que coincidem também com as carências da Índia. Só que, no país asiático, elas já estão em fase de execução, e a pleno vapor.

Entrevistado
Jonathan Hook, líder global de Engenharia & Construção da PwC (via assessoria de imprensa)
Contato: jonathan.hook@pwc.com

Crédito foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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