Lançado cinturão econômico que ligará China à Europa
Chamada de a “obra do século 21”, empreendimento contará com corredor marítimo, rodoviário e ferroviário para encurtar distâncias entre continentes
Chamada de a “obra do século 21”, empreendimento contará com corredor marítimo, rodoviário e ferroviário para encurtar distâncias entre continentes
Por: Altair Santos
Dia 15 de dezembro de 2014 foi dado, em Istambul, na Turquia, o primeiro passo para aquela que alguns especialistas já chamam de a “obra do século 21”. Trata-se de três cinturões (rodoviário, ferroviário e marítimo) que ligarão a China à Europa, passando por 21 países. Batizados de Silk Road Economic Belt e Maritime Silk Road, os projetos se inspiram na antiga Rota da Seda – criada em 200 a.C -, e que foi a primeira ligação entre ocidente e oriente. Porém, agora as novas “rotas da seda” prometem encurtar distâncias, unindo as seguintes nações: China, Bangladesh, Malásia, Camboja, Laos, Mongólia, Mianmar, Cazaquistão, Paquistão, Azerbaijão, Índia, Irã, Iraque, Nairobi, Egito, Grécia, Turquia, Rússia, Alemanha, Áustria e Itália.
De trem será possível fazer o percurso entre China e Itália em 7 dias. Por estrada, o percurso dobra. Já pela rota marítima, um navio que saia da província de Fujian, na China, atracará no porto de Veneza, na Itália, em 30 dias. Hoje, as barreiras alfandegárias fazem com que esse percurso dure quase o dobro do tempo. O investimento para viabilizar esses novos cinturões econômicos são estimados em US$ 50 bilhões (R$ 135 bilhões). A obra, que inclui estradas, ferrovias, portos, pontes e túneis, ficaria pronta em 10 anos. Maior interessado no empreendimento, para conseguir escoar com mais facilidade sua produção industrial e agrícola, o governo chinês promete fazer um aporte de US$ 40 bilhões (R$ 108 bilhões). O resto do investimento seria financiado por bancos europeus.
Três bilhões de pessoas
O trecho terrestre da rota “Euro-Ásia” nascerá na cidade chinesa de Xi’na, no noroeste do país. Tanto a ferrovia quanto a rodovia cruzariam o Cazaquistão, o Iraque, o Irã e desembocariam na Turquia. O projeto ainda prevê ligação com Moscou, na Rússia, e Hamburgo, na Alemanha, antes de ir em direção ao porto de Veneza, na Itália, onde faria a conexão com a rota marítima. Já o trecho navegável abrange mais países e prevê a construção de portos exclusivos para atender a rota, além de uma ampliação no Canal de Suez, no Egito, para a passagem de supernavios. O ponto de partida do cinturão marítimo seria a província de Fujian, no leste da China, e o de chegada o porto de Veneza, na Itália.
Além de facilitar o comércio entre Europa e Ásia, os novos cinturões permitirão também avanços em áreas como telecomunicações, fornecimento de energia (gás e petróleo) e aproximação das duas culturas. “Esta nova Rota da Seda tem uma população de três bilhões e um mercado que não tem paralelo em termos de escala e potencial”, avalia o presidente chinês Xi Jinping. “O projeto é muito ambicioso e definitivamente destinado ao sucesso. Servirá como um motor de desenvolvimento da China, especialmente nas áreas que ainda não estão totalmente estruturadas”, completa Cristiana Barbatelli, CEO da Pas Advisors, empresa de consultoria internacional com sede em Xangai.
Entrevistado
Governo da China (via site oficial)
Contatos
english@mail.gov.cn
www.gov.cn
Créditos Fotos: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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