Casas sustentáveis não abrem mão do concreto
Material é estratégico para atender requisitos de conforto térmico, exigidos nas certificações exclusivas para residências unifamiliares
Material é estratégico para atender requisitos de conforto térmico, exigidos nas certificações exclusivas para residências unifamiliares
Por: Altair Santos
Certificações sustentáveis específicas para residências unifamiliares começam a chegar ao Brasil. Duas casas já estão chanceladas pelo GBC Brasil. Nove estão em processo de obter a certificação e outras onze em fase de projeto. Em comum, elas têm o concreto aparente como elemento base. O piso em cimento queimado também está presente em alguns conceitos. O motivo é a capacidade de refletir luz, minimizar ilhas de calor e ajudar no conforto térmico.
Estruturas pré-fabricadas de concreto e sistemas inovadores, como o que utiliza painéis de argamassa armada com miolo de EPS (Poliestireno Expandido), também estão presentes nos projetos de casas que buscam certificações sustentáveis. O objetivo é dispor de tecnologias que atendam a Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575), em seus requisitos termoacústicos, e sejam geradoras de baixo volume de resíduos da construção civil.
A primeira residência com a certificação GBC Brasil Casa foi construída na cidade de São Sebastião, no litoral paulista. Há outra edificação em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, que se destaca pelo telhado em forma de folhas. Agora, as casas sustentáveis começam a chegar às capitais, como Brasília e São Paulo liderando esse movimento, segundo o Referencial GBC Brasil Casa – programa criado para avaliar diferentes questões de sustentabilidade específicas para projetos residenciais.
Proprietários sustentáveis
Acima de normas e programas que estimulam construções sustentáveis está o desejo dos proprietários que encomendam os projetos. Um caso é o do empresário Henrique Cury. Ele concorre para ser o dono da primeira casa com certificação LEED específica para residências na cidade de São Paulo. O motivo dessa opção ele explicou em palestra no Greenbuilding Brasil, que aconteceu em agosto de 2015. “Vivemos um período de despertar da consciência sustentável e, apesar de incipiente, são necessárias ações para que este movimento aumente. O que busco com essa construção certificada é deixar um legado para meus filhos”, afirmou.
O projeto é da arquiteta Kika Camasmie, para quem o maior desafio das construções sustentáveis é educar a cadeia produtiva da construção civil. “A arquitetura já pensa na sustentabilidade, mas existe toda uma dificuldade. Porém, acredito que seja um caminho sem volta”, disse Kika Camasmie, que investiu em telhado verde, parede verde e na permeabilidade. “A casa é toda permeável, ou seja, boa parte da água que ela receber será captada para reúso”, completou.
Outro elemento importante deste modelo de casa sustentável está relacionado com a escolha da construtora. Por exigência da certificação LEED para casas, a empresa deve atuar totalmente dentro da formalidade, além de ter mão de obra treinada para atuar em construções sustentáveis. Da mesma forma, os fornecedores. “Para atender os requisitos, existe um raio máximo em que devo contratar fornecedores. Isso exigiu uma busca minuciosa para termos materiais certificados”, disse Henrique Cury, cuja intenção é iniciar as obras ainda em 2015.
Entrevistados
Empresário Henrique Cury e arquiteta Kika Camasmie
Contato: contato@kikacamasmie.com.br
Créditos Fotos: Divulgação/LCP Engenharia/Henrique Cury/Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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