Aditivos de concreto entram na era da nanotecnologia
Entre as vantagens, inovação diminui emissão de CO₂, além de gerar materiais com melhores propriedades e, portanto, mais duráveis.
Entre as vantagens, inovação diminui emissão de CO₂, além de gerar materiais com melhores propriedades e, portanto, mais duráveis
Por: Altair Santos
A nanotecnologia começa a ser testada em aditivos de concreto para aprimorar as qualidades do material. As microestruturas têm a propriedade de realçar características como resistência e robustez, além de influenciar na permeabilidade e na cura do material. “É uma série de vantagens, entre elas a redução no consumo de água e a diminuição na emissão de CO₂ para produzir a mesma quantidade de concreto, além da rapidez na cura interna, o que torna o material mais resistente”, diz Fabricio André Buzeto, coordenador de tecnologia da Basf.
Outro exemplo no avanço dos aditivos a base de nanopartículas é que eles promovem um efeito de melhoria da fluidez do concreto ao longo do transporte da central dosadora até a obra. “Isso permite que com a seleção de nanocompostos se modifique o tipo de aditivo, levando em consideração as características químicas que o material vai precisar para cumprir plenamente sua função”, explica Humberto Benini, chefe do Departamento de Físico-Química da Grace.
Segundo Fabricio André Buzeto, a aplicação de materiais nanoestruturados permite criar produtos específicos para cada tipo de obra. “A tecnologia será muito importante na exploração da camada pré-sal. Hoje já existem produtos utilizados em cimentação de poços de petróleo que são baseados em nanoestruturas”, revela. Uma das características mais importantes destes materiais é que eles são “inteligentes”. Através de nanobots, são capazes de apontar fissuras e problemas estruturais, reduzindo sensivelmente o risco de vazamento.
Atenta a essa tecnologia, a Petrobras, desde 2011, por meio do Centro de Pesquisa Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), firmou convênios para o desenvolvimento de pesquisas nanotecnológicas em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo/SP, e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O objetivo tem também a incumbência de formar pesquisadores em nanocompostos. “A capacitação é fundamental, pois a tecnologia representa uma quebra de paradigma no que se refere aos métodos e práticas vigentes na construção civil”, afirma Humberto Benini.
Um dos obstáculos para que a nanotecnologia seja definitivamente incorporada à indústria cimenteira é a sua viabilidade econômica. “O uso combinado do cimento Portland e os nanotubos de carbono (CNT) ainda apresenta muitos desafios para sua viabilização econômica como material de construção, mas o potencial de uso é imenso. Tanto é que na Europa se formou um consórcio, o NanoCem, para desenvolver soluções envolvendo fabricantes, usuários, universidades e institutos governamentais. É um exemplo de ação setorial para o desenvolvimento da nanotecnologia, como ocorre também nos Estados Unidos, onde há um programa semelhante”, comenta Benini.
Quando alcançado o estágio de produção industrial, os benefícios da nanotecnologia aplicada aos canteiros de obra serão inquestionáveis, avaliam os especialistas. “Os ganhos de produtividade, redução da dependência do operador e mecanização dos processos representarão um grande benefício à indústria da construção, tanto pela redução dos custos e melhoria da qualidade quanto ao consumidor final e a sociedade, que contará com construções de melhor qualidade, mais duráveis e, portanto, com menor impacto ambiental e econômico”, conclui o chefe do Departamento de Físico-Química da Grace.
Entrevistados
Fabricio André Buzeto, coordenador regional de tecnologia para a América do Sul da Basf e Humberto Benini, gerente regional de produto para América Latina da Grace
Currículos
– Fabricio André Buzeto é bacharel em química com atribuições tecnológicas, pela PUCCAMP, com extensão em gerenciamento de projetos e extensão em gerenciamento estratégico de núcleos de inovação tecnológica pela Unicamp
– Também é mestre em ciência, tecnologia e gerenciamento de materiais poliméricos, pela Universidade de Ferrara (Itália), pela Universidade de Hamburgo (Alemanha), e mestre em engenharia química, ciência e tecnologia dos materiais, pela Unicamp
– Tem doutorado em engenharia química, ciência e tecnologia dos materiais, pela Unicamp
– Humberto Benini é engenheiro químico, com doutorado em engenharia da construção civil e materiais pela Universidade de São Paulo (USP). Atua há 12 anos como profissional na indústria de cimento, concreto e aditivos
Contato: fabricio.buzeto@basf.com / humberto.r.benini@grace.com
Créditos foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
Cadastre-se no Massa Cinzenta e fique por dentro do mundo da construção civil.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Massa Cinzenta
Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.
15/05/2024
MASP realiza o maior projeto de restauro desde a sua inauguração
MASP passa por obras de restauro em suas estruturas. Crédito: Assessoria de Imprensa / MASP Quem passa pela Avenida Paulista vem notando uma diferença significativa na…
19/11/2024
Restauração da SC-305 começa a receber whitetopping ainda este ano e deve impulsionar indústrias, agricultura e pecuária
Rodovia terá sub-base de macadame e base de Concreto Compactado com Rolo (CCR). Crédito: Divulgação/SIE Uma importante transformação está em andamento na rodovia SC-305, que…
19/11/2024
Como usar a engenharia para contenção de tsunamis e erosão costeira?
No caso do muro de contenções, planejamento precisa considerar cenários extremos para garantir sua eficácia. Crédito: Envato A engenharia pode desempenhar um papel essencial…
19/11/2024
Tendência em alta: avanço de IA, IoT e robótica na construção permite crescimento das cidades inteligentes
O conceito de cidades inteligentes, com foco em conectividade e sustentabilidade, está ganhando destaque mundialmente. Segundo pesquisa realizada pela Mordor Intelligence, o…
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.
Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS
Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32
Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40
Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.
Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI
O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.